Em vistoria, delegado diz que prejuízo de fraudes na energia foi milionário
Após descobrir que um leiturista de uma empresa terceirizada da Energisa “maquiava” o consumo de energia de 41 pontos em Campo Grande para se beneficiar com dinheiro, a Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira (13), uma operação para verificar todas as residências e comércios envolvidos com esquema. Segundo o delegado que comandou a ação, João Reis, o prejuízo da empresa foi milionário.
A operação contou com o apoio de equipes da Energisa, que confrontavam o que o leiturista, identificado como Daniel Ramires passava com o que realmente foi registrado no relógio de energia dos locais. Em um restaurante, localizado na avenida Europa, no bairro Jacy, o proprietário precisou ser levado para a 5ª DP (Delegacia de Polícia), pois o relógio estava queimado. “O empresário alegou que o relógio queimou em uma queda de energia ontem (12), mesma data em que todo o esquema foi descoberto e revelado pelo próprio leiturista”, explica o delegado.
De acordo com um policial que participou da ação, mas não quis se identificar, em depoimento o leiturista disse que a “troca de favores” durou cinco anos e que o lucro mensal girava em torno de R$ 10 mil.
Em nota a Energisa revelou que o esquema foi descoberto durante inspeções de rotina realizada em unidades consumidoras da Capital, baseadas em informação do sistema inteligente de combate a perdas da companhia.
O delegado reforçou que quando as irregularidades foram descobertas a empresa passou a monitorar o funcionário terceirizado, que foi preso em flagrante, na tarde de quinta-feira, quando recebia de mais um “cliente” pela manipulação no consumo de energia. Em abordagem na residência no suspeito foram apreendidas mais de 40 contas de energia.
A Energisa reforçou que além de ser crime e gerar impacto nas tarifas de clientes regulares, as ligações clandestinas e desvios oferecem riscos à população, sobrecarregam e comprometem a confiabilidade da rede de distribuição de energia.