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Capital

Empresa demite operários de obras da Petrobras e "esquece" do acerto

Elverson Cardozo e Jéssica Benitez | 05/07/2013 13:37
Sem auxílio de empresa, funcionários contam com apoio de Fetems para comer (Foto: Cleber Gellio)
Sem auxílio de empresa, funcionários contam com apoio de Fetems para comer (Foto: Cleber Gellio)
Após "despejo", trabalhadores recebem passagens para ir embora, porém sem acerto (Foto: Cleber Gellio)
Após "despejo", trabalhadores recebem passagens para ir embora, porém sem acerto (Foto: Cleber Gellio)

Pelo menos 200 trabalhadores da UFN3, empresa que presta serviço para a Petrobras na construção da fábrica de fertilizantes, em Três Lagoas, foram demitidos depois que entraram em greve, no início deste mês.

Eles foram encaminhados para Campo Grande, onde receberiam o acerto e as passagens de volta aos estados de origem, mas até agora isso não aconteceu. Os funcionários, que estavam em hotéis na Capital, foram “despejados” nesta sexta-feira (5) porque a diária não foi renovada pela empresa.

Agora, eles estão abrigados na sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), onde receberam pães com mortadela, já que estão sem dinheiro até para a alimentação.

Os ex-colaboradores, a maioria do nordeste, contaram à reportagem que pelo menos mil funcionários foram mandados embora. O aviso que, segundo eles, não teve justificativa, foi dado em hotel de Três Lagoas, onde estavam hospedados depois do incêndio no alojamento.

Um representante da UFN3 teria ido ao local com uma lista. Depois da demissão em massa, todos foram orientados a seguir para Campo Grande, onde receberiam o acerto, mas isso não aconteceu.

Um funcionário da empresa, identificado como Marcos Araújo, esteve no hotel e na Fetems distribuindo passagens, mas ele não quis falar com a imprensa. A informação que circula, entre os trabalhadores, é que apenas a passagem será fornecida, mas do acerto ainda não há informações.

Taunã Santos, de 24 anos, é da Bahia. Saiu às pressas da empresa. Sem dinheiro e com Carteira de Trabalho retida, assim como os colegas, ele não sabe o que vai fazer. Anderson Roberto Silva também está na mesma situação e teme não receber. Se aceitar a passagem para o retorno, ficará sem o acerto. Por outro lado, se ficar, não tem aonde dormir.

Na sede da Fetems, os trabalhadores estão recebendo o apoio do presidente do Sindicato da Construção Civil, João Abelha Neto. Hoje à tarde, representantes do Ministério Público e do Trabalho devem se reunir com os trabalhadores para uma reunião.

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