Enfermagem e administrativos da Santa Casa cruzam os braços
Sem salário, categorias mantêm apenas 30% do atendimento no maior hospital de MS
Com restrição de atendimento desde a semana passada, a Santa Casa amanheceu nesta terça-feira (dia 8) com mais um problema: trabalhadores administrativos e profissionais de enfermagem cruzaram os braços. A categorias mantêm apenas 30% do atendimento.
Presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem), Lázaro Santana afirma que a enfermagem tem 1.400 funcionários, sendo 450 por plantão.
Segundo ele, houve reunião com o setor de finanças do hospital e foi alegado falta de dinheiro para o pagamento do salário dos funcionários. Durante discurso para a categoria, reunida na porta da Santa Casa, Lázaro reclamou que eles ficam no fogo cruzado entre a prefeitura e o hospital.
De acordo com o presidente do SintSaúde (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Sáude), Osmar Gussi, cerca de 500 administrativos paralisaram as atividades porque não receberam o salário de julho.
“Depositou o pagamento, acabou o movimento. São trabalhadores que dependem único e exclusivamente do salário para sobreviver e sustentar suas famílias, não dá para trabalhar de graça”, afirma Gussi. Os profissionais atuam no setor administrativo, como recepção do hospital. A Santa Casa informa que aguarda posicionamento da prefeitura.
O hospital recebe repasse mensal de R$ 20,2 milhões da prefeitura e, num novo contrato, solicitou reajuste para R$ 23 milhões. Contudo, o poder público não aumentou o valor, sob compromisso de reduzir a demanda de atendimento em 30%.
Desde quarta-feira (dia 2), uma faixa informando superlotação e falta de vagas foi colocada no portão em frente ao hospital. O portão foi instalado em maio deste ano, para que somente pacientes regulados ou casos urgentes fossem atendidos. Com a estratégia para que o Pronto-Socorro deixasse de ser um “postão”, o nome do serviço foi alterado para “Urgência e Emergência”.
A restrição no atendimento tem rendido polêmica. Segundo o prefeito Marquinhos Trad (PSD), a direção da unidade pressiona para ter mais dinheiro. A Santa Casa é o maior hospital do Estado, com atendimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), plano de saúde e particular.