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Capital

Engolido pela cidade, anel rodoviário vê pouca coisa mudar com concessão

Defensas metálicas barram atalhos para a pista, mas conversões proibidas persistem

Aline dos Santos | 07/04/2017 14:23
Rodovia cruza cidade e tem poucos pontos sinalizados para travessia. (Foto: Alcides Neto)
Rodovia cruza cidade e tem poucos pontos sinalizados para travessia. (Foto: Alcides Neto)

Com alguns trechos engolidos pela cidade, o anel rodoviário de Campo Grande, no trecho de 24,5 quilômetros da BR-163 entre as saídas para São Paulo e Cuiabá, sob concessão privada, permanece à espera de duplicação.

A última previsão era de obras em 2017. Contudo, o cenário se alterou apenas com a instalação de defensas metálicas, barreira para reduzir os atalhos que dão acesso à rodovia e viravam oportunidade para manobras perigosas e, por vezes, fatais.

Na manhã de quinta-feira (6), a reportagem percorreu em 24 minutos o trecho do anel pela BR-163, rodovia concedida desde 2014 à CCR MS Via, que cobra pedágio. A partir da rotatória na saída para São Paulo, há o encontro com o tráfego pesado e ruidoso da via, que é o principal corredor para escoamento de safra.

“Vai atrasando um pouco", diz caminhoneiro sobre a lentidão quando rodovia e cidade se encontram.
(Foto: Alcides Neto)
“Vai atrasando um pouco", diz caminhoneiro sobre a lentidão quando rodovia e cidade se encontram. (Foto: Alcides Neto)

No Jardim Itamaracá, a Rua Caviana, paralela à rodovia, concentra transportadoras e oficinas. Numa espécie de pista anexa, muitos caminhões fazem parada. No cruzamento das vias, uma placa proíbe a conversão para esquerda, mas a ordem é constantemente desobedecida. “Todo mundo vira aqui porque a outra entrada é muito ruim”, afirma Thayane Fereira Salles, 26 anos.

Ela usa o anel rodoviário para ir de casa ao trabalho, num centro de distribuição de produtos farmacêuticos. Em geral, diz que o trajeto é tranquilo. “Mas já passei alguns sustos”, diz.

Para o caminhoneiro Joel Martins de Almeida, 63 anos, a pista simples no trecho em que a rodovia corta a capital do Estado retarda a viagem. “Vai atrasando um pouco. Preferia se fosse pista dupla”, diz. Ainda de acordo com ele, a maioria das capitais têm anel rodoviário com pista dupla.

Proprietária de uma oficina, Salete Quadros Miranda, 44 anos, conta que a proibição de conversões entre a Rua Caviana e rodovia prejudicou o acesso dos clientes. “Quem entra na oficina não pode sair. Ficou ruim”, afirma.

No trajeto até a saída para Cuiabá, há poucos trechos organizados na junção de cidade e rodovia. Perto do residencial de luxo Damha há um viaduto. Perto do bairro Maria Aparecida Pedrossian, um pontilhão interliga a rodovia com a BR-262, na saída para Três Lagoas.

Em frente à Uniderp Agrárias o fluxo é organizado por conjunto de semáforos. Na entrada do Jardim Montevidéu, o condutor que precisa cruzar a rodovia para entrar no bairro deve aguardar no acostamento. Motivo de impasse em 2015, o projeto previa 10 pontos de travessias no macroanel.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa CCR MS Via e até a publicação dessa matéria não recebeu resposta sobre o cronograma de duplicação e pontos de travessia no anel rodoviário.

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