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Capital

Epidemia de dengue lota postos com pacientes que voltam mais de 1 vez

Campo Grande tem 294 notificações de dengue para cada 100 mil habitantes - o Ministério da Saúde classifica como epidemia quando atinge-se 300 para cada 100 mil.

Kerolyn Araújo e Ronie Cruz | 26/02/2019 10:43
Jonatan sentiu os primeiros sintomas da doença na última sexta-feira (22). (Foto: Ronie Cruz)
Jonatan sentiu os primeiros sintomas da doença na última sexta-feira (22). (Foto: Ronie Cruz)

Campo Grande ainda não entrou em estado de emergência devido ao aumento do número de notificações de dengue, mas a epidemia da doença já é real nas unidades de saúde da cidade. Além de pacientes que buscam atendimento pela 1ª vez, muitas pessoas voltam várias vezes, por conta do mal estar, o que leva a lotação ainda maior.

Na USB (Unidade Básica de Saúde) do bairro Aero Rancho, a doença aumentou a procura por atendimento na manhã desta terça-feira (26). Acompanhada da mãe, Pamela de Souza, 15 anos, procurou a unidade pela segunda vez em pouco mais de uma semana, sentindo os sintomas da dengue. ''Os sintomas começaram no dia 15 de fevereiro com dor no corpo. Depois a pele começou a pipocar, veio a dor de cabeça e a febre", explicou.

Procura por atendimento aumentou nas unidades de saúde da cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Procura por atendimento aumentou nas unidades de saúde da cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)

No dia 17 de fevereiro, a adolescente chegou a tomar um antialérgico por conta própria, mas como não resolveu o problema, procurou a UBS. No local, ela fez exame, mas o resultado ainda não ficou pronto. ''Me passaram Dipirona e Paracetamol, mas os sintomas apareceram de novo e eu voltei para procurar atendimento", disse.

Jonatan Figueiredo, 20 anos, também procurou a unidade nesta terça-feira com suspeita de dengue. Segundo o rapaz, os sinais da doença começaram na última sexta-feira (22). ''Cheguei a ficar internado em observação, recebi alta, mas os sintomas voltaram", contou.

Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, quem sofre com a doença é Maria Firmina. Há uma semana com febre e dor no corpo, ela é mais uma na estatística da suspeita da doença. ''Meu corpo ficou todo manchado. Não consigo comer que sinto ânsia. Já até pensei em tomar remédio por conta própria porque Dipirona e Paracetamol não estão resolvendo", disse.

Em meio ao possível surto de dengue na cidade, há quem já sofreu com a doença duas vezes e hoje faz o que pode para evitar que a filha, de 6 anos, também seja vítima. ''Passo repelente na minha filha de 6 anos o dia inteiro porque na região onde moro tem muito mosquito", explicou Patrícia Campos, 29 anos.

Maria Firmina está há uma semana com febre e dor no corpo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Maria Firmina está há uma semana com febre e dor no corpo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo Patrícia, uma vizinha está com dengue e, na casa dela, existem vários focos do mosquito. ''A residência é muito suja e tem muitos caramujos. A idosa joga sal nos bichos, eles morrem e as cascas ficam vazias juntando água", relatou.

Ao Campo Grande News, um servidor da UPA do Universitário informou que, de ontem pra hoje, 26 novos casos de suspeita de dengue foram notificados na unidade.

A situação também já reflete em um dos hospitais particulares da cidade. Na Cassems, a procura por atendimento aumentou. Do dia 1° de fevereiro até ontem (25), 171 casos da doença foram notificados.

Dados – Conforme a Sesau, de janeiro até agora, foram 6.027 notificações. O número significa 111% a mais, se comparado com 2018, que durante todo o ano, foram 2.847 casos

Situação de emergência - Campo Grande apresenta 294 notificações de dengue para cada 100 mil habitantes - o Ministério da Saúde classifica como epidemia quando atinge-se 300 para cada 100 mil.

Conforme divulgado pela prefeitura, hoje, que 90% dos focos do mosquito Aedes aegypti são encontrados dentro das residências.

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