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Capital

Escola supera fila dupla dando lição em pais que desorganizam o trânsito

Inspetor chama nome do aluno pelo microfone e não libera se os pais estiverem esperando em fila dupla

Gabrielle Tavares e Mirian Machado | 31/05/2022 14:16
No Colégio Almirante, na Vila Tamandaré, fila dupla é rara. (Foto: Marcos Maluf)
No Colégio Almirante, na Vila Tamandaré, fila dupla é rara. (Foto: Marcos Maluf)

Uma escola em Campo Grande, na Vila Alba, conseguiu driblar o problema que atormenta todo motorista em horário de pico: as filas duplas. No Colégio Almirante Tamandaré, localizado na Avenida Tamandaré, a ordem é não liberar os alunos se os pais estiverem parados irregularmente na pista.

O inspetor da escola, Willian Felipe Rodrigues, de 30 anos, explicou que foi criada uma dinâmica simples para evitar os transtornos no trânsito, já que a rua é estreita. “A orientação é que na saída da aula, o aluno não seja liberado se o pai não estacionar de forma correta o veículo e vir buscar o filho no portão”, disse.

São cerca de 600 estudantes na unidade, o inspetor chama os alunos pelo microfone e só os deixam ir embora com a presença dos pais, tanto para evitar as filas duplas quanto para não liberar a criança errada. “A dificuldade é na entrada das aulas, que não tem muito controle, porque os pais podem parar e o filho só descer, mas na saída, a gente segura até o pai estacionar”, ressaltou.

Mesmo sem controle na entrada das aulas, o sistema da saída parece ter educado os pais. Durante meia hora, a equipe do Campo Grande News permaneceu em frente da escola e não flagrou nenhum motorista parando em fila dupla para deixar o filho.

Cabeleireira Mônica Ruiz prefere andar mais a parar em fila dupla. (Foto: Marcos Maluf)
Cabeleireira Mônica Ruiz prefere andar mais a parar em fila dupla. (Foto: Marcos Maluf)

A professora Evelise Monteiro, de 43 anos, mãe de uma das alunas da escola, afirmou que procura vagas nas ruas laterais quando não encontra vaga em frente ao prédio, mas nunca para em fila dupla. “Não tenho segurança de parar em fila dupla pra descer minha filha."

Outra mãe que também tem medo de parar em fila dupla é Erica Souza, de 35 anos, que leva todos os dias os dois filhos para as aulas. “Tenho medo de baterem na traseira do carro, aqui é muito apertado, onde a rua é larga, o pessoal se arrisca mais."

A cabeleireira Mônica Ruiz, de 55 anos, estacionou do outro lado da rua, mesmo tendo vaga na frente da escola, porque o filho já estava atrasado. “Prefiro parar lá do outro lado da rua, do que parar em fila dupla, mas muitas vezes, até às ruas laterais estão lotadas. Hoje que está vazio, mas não é sempre assim.”

Exemplo que precisa ser seguido -  No Colégio Nota 10, o problema permanece. A unidade que fica localizada na Rua Goiás, via com grande fluxo de carros, no Bairro Jardim dos Estados, sempre causa transtornos em horários de picos, com os pais parando em fila dupla na entrada e saída das aulas.

No Colégio Nota 10, inúmeros pais param em fila dupla todos os dias. (Foto: Paulo Francis)
No Colégio Nota 10, inúmeros pais param em fila dupla todos os dias. (Foto: Paulo Francis)

Em poucos minutos, a reportagem flagrou pelo menos três veículos parando de forma irregular.

Além disso, o problema é antigo no local. Em fevereiro, a equipe até chegou a percorrer escolas da cidade, onde havia fiscalização da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), situação em que alguns motoristas até se viram obrigados a fazerem o desembarque corretamente, sem bloquear a rua. O policiamento, no entanto, é raro pelos órgãos de trânsito.

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