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Capital

Ex-dirigente de asilo assume descontrole e afirma ser vítima de vingança

Em carta a entidade de assistência social, Suely pede desculpas e cita "esgotamento"

Lucia Morel | 01/12/2021 15:18



Ex-dirigente da Casa do Aconchego, Suely Gomes dos Santos, assumiu descontrole ao lidar com idoso na ILPI (Instituição de Longa Permanência de Idosos) que presidia e pediu desculpas por seu comportamento.

Em carta aberta ao Fórum de Entidades de Assistência Social, Suely, que há anos atua no trabalho com idosos – inclusive dirigindo Centro Dia do bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo – afirma que se afastou das atividades à frente da ILPI, localizada no bairro Taveirópolis e também dos “espaços participativos nos quais a represento”.

Na carta, ela afirma que “trabalhei muito, por todos nós, e tive o privilégio de fazer muitos amigos e parceiros nessa luta, que me conhecem há anos e sabem do quanto minha vida tem sido dedicação a essa causa”, se referindo ao trabalho com idosos.

Mas ela também usa o espaço para pedir desculpas e reconhece excessos em lidar com as pessoas que aparecem nas imagens de câmeras de segurança, assumindo que “como pessoa, falível, humana, estou sujeita a erros”.

Em relação a imagens em que aparece agindo de forma agressiva com idosos, ela se justifica informando que no caso do homem com quem briga dentro do quarto, trata-se de seu irmão, que nem mesmo é idoso – tem 50 anos de idade – e que seria dependente químico.

Ele foi internado na Casa do Aconchego sem ter idade adequada para isso e segundo Suely, “talvez tenha errado em tentar ajudá-lo na instituição que presido, mas entendia que seria a única chance de mantê-lo sob algum controle”, citando ainda que “peço portanto que me desculpem se com meu coração de irmã, errei em tentar socorrê-lo sob minha tutela”.

Fachada da Casa do Aconchego no Jardim Taveirópolis. (Foto: Paulo Francis)
Fachada da Casa do Aconchego no Jardim Taveirópolis. (Foto: Paulo Francis)

Quanto ao outro caso, em que discute com um senhor em uma sala onde há mais pessoas, ela cita que a cena mostra seu “descontrole” em jogar o copo no chão e que a pessoa tem “dificuldades comportamentais” e cujo manejo depende de um “preparo técnico o qual não estou devidamente preparada”, assume, lamentando a situação e dizendo que jamais deveria ter enfrentado o idoso em questão.

Suely ainda declara que sob sua administração, a Casa do Aconchego tornou-se um “ambiente limpo, feliz, estruturado, como nas instalações novas, organizadas, respeitando a individualidade de cada um ali vivendo” e que foi seu “esgotamento” que a levou a agir com agressividade contra internos do local.

Inveja e vingança – a ex-dirigente disse ainda que o que culminou na denúncia contra ela ao Ministério Público foi “vingança” de ex-funcionário que foi demitido e teria ficado magoado com as circunstâncias de sua demissão.

Diz também que sua personalidade é de pessoa determinada a enfrentar os problemas, o que “atrai também inveja, inimizades, porque nunca soube ser morna em nada do que faço”.

“Sim, sou uma pessoa combativa, falo alto, mas sempre em defesa dessa causa, jamais contra as pessoas que acolho. Se meu esgotamento me levou a atitudes incorretas e impensadas, muitas foram minhas atitudes em defesa das pessoas ali acolhidas”, reforça, antes de pedir que integrantes dos espaços de Assistência Social de Campo Grande, se lembrem das vezes em que “defendi todas as entidades desse fórum e seus usuários, e deem a mim créditos e débitos justos e condizentes com minha humanidade”.

A carta de Suely às entidades foi encaminhada ao Campo Grande News por seu advogado, Alex Santos.

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