Ex-sargento preso por tráfico deixa grupo do bolão “na mão”
Thiago de Souza Martins foi preso em operação e era um dos responsáveis pelo grupo "Sheriff67"
Ao ser preso em casa na manhã desta quarta-feira (24), em operação da Corregedoria da Polícia Militar, o ex-sargento Thiago de Souza Martins, de 36 anos, deixou dezenas de amigos na mão. Ele era um dos administradores do grupo de WhatsApp, com 68 integrantes, denominado “Bolão do Sheriff67”, responsável por fazer o bolão da Mega-Sena.
Pelo menos 15 integrantes já haviam feito o Pix com o valor do jogo, de R$ 13,50. “Quem fará os jogos de hoje?", questionou um deles. A prisão do ex-policial também deu o que falar no grupo, entre os conhecidos dele, que passaram a compartilhar os links de reportagens sobre o assunto. “Estou saindo do grupo, e aos demais policiais aqui do grupo sugiro o mesmo, não nos misturamos com vagabundo (sic)”.
“Que vergonha, só muda o nome do grupo. Tira o Thiago e vida que segue. Nem sabia quem era ele mesmo”, diz outro conhecido. Outro colega lamentou a situação. “Bixo era um p*** de um polícia bom de trampo, mas foi pro lado errado, tava roubando droga dos mala do partido e vendendo pros mala de volta (sic)”, escreveu outro conhecido de Thiago.
Thiago é famoso nas redes sociais em razão da página Sheriff 67, que compartilha conteúdos policiais de todo Brasil e já chegou a ter 25 mil seguidores em perfil que foi desativado. No perfil atual, "sheriff67_oficial", mais de 7 mil pessoas acompanhavam as publicações.
Em março deste ano, Thiago deu entrevista ao Campo Grande News comentando sobre o grupo do Bolão que havia ficado famoso até no norte. A sorte do grupo de amigos que desde dezembro tinha conseguido acertar cinco vezes a quadra da Mega-Sena chamou a atenção até de quem vivia em outros estados.
Caso - Thiago de Souza Martins, expulso da Polícia Militar no dia 15 de agosto deste ano, foi preso em operação da Corregedoria da Polícia Militar, na manhã desta quarta-feira (24) em casa, no Bairro Santo Antônio, sob suspeita de desviar drogas apreendidas para revender em Campo Grande.
Em 2018, ele foi flagrado com mercadorias de contrabando avaliadas em R$ 100 mil, junto com o terceiro-sargento Adriano de Araújo Nunes, após denúncia anônima. Os dois foram condenados em 2019 por descaminho, mas a pena foi suspensa mediante prestação de serviço gratuito à comunidade, comparecimento mensal em juízo e não ser processado criminalmente.