Exames em ossadas devem levar pelo menos 1 mês para ficarem prontos
As três ossadas encontradas no “cemitério” que foi criado pela quadrilha de exploradores sexuais do Danúbio Azul passarão por dois exames no IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em Campo Grande. Os resultados podem revelar a identificação e a também a causa da morte, porém devem demorar pelo menos um mês.
Os ossos seriam de viciados em drogas, que eram explorados pela quadrilha. O esquema foi desmontado ela Polícia Civil no dia 10 deste mês em que oito pessoas envolvidas foram presas.
As informações são do IMOL, que detalharam que os exames realizados serão o de antropologia forense, em que os médicos analisarão os ossos para identificar se há fraturas e pelo que foram causadas, como por exemplo, disparos de arma de fogo e DNA.
Porém, antes de realizar os exames as ossadas precisam ser limpas, submetidas a um produto químico, que não teve o nome revelado, para clarear os ossos e também catalogar o que foi encontrado.
Investigações - A delegada titular Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Aline Gonçalves Sinnott Lopes, responsável pela operação não quis falar com a imprensa.
Cemitério – Os restos mortais foram encontrados entre os dias 17 e 18 deste mês, em uma área do Jardim Veraneio. Eles estavam enterrados de cabeça para baixo. A primeira aparentemente é de um homem de aproximadamente 35 anos.
O local da “cova coletiva” foi revelado para polícia pelo chefe da quadrilha, Luiz Alves Martins, o 'Nando', 49 anos.
Além dele, foram presos: Diego Vieira Martins, Rudy Pereira da Silva, Jeová Ferreira Lima, Jeová Ferreira Lima Filho, Ariane de Souza Gonçalves, Vagner Vieira Garcia, Andreia Conceição Pereira.
Também foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão. Foi aprendida droga, uma arma de fogo e 70 galos de rinha.
Crimes - Conforme a polícia, as investigações começaram em setembro deste ano, após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o 'Leleco'. O rapaz foi morto por um jovem que o acusava de sumir com o seu irmão, adolescente que não teve a idade divulgada. Esse garoto em questão foi encontrado morto dias depois.
Por causa desta situação, a polícia descobriu que, além do menino, mais nove pessoas, todas moradoras da região do Danúbio Azul, estavam desaparecidas. O primeiro caso havia ocorrido em 2012. Até hoje as vítimas de desaparecimento não foram localizadas e ninguém sabe o paradeiro delas.
Como funcionava - Durante as investigações, foi detectado que estas pessoas faziam parte de uma quadrilha que agia na região, sob o comando de Nando. Ele chefiava o esquema de tráfico de drogas. Já Ariane era responsável pela parte da exploração sexual.
Eles aliciavam adolescentes e jovens dependentes químicos para vender droga e se prostituir a troco de pasta base de cocaína. “Eles exploravam a miséria, pessoas com baixa escolaridade e renda, com nível de dependência alto. Que fazem qualquer coisa para conseguir o entorpecente”, diz a delegada Aline no dia das prisões. Todos os integrantes da quadrilha também são dependentes químicos.
Foi comprovado e confirmado que todos os desaparecidos estão ligados com a quadrilha. “As vítimas desapareciam quando queriam deixar o esquema ou se desentendiam com algum integrante do grupo, porém ainda não tem como afirmar se todos estão mortos”, explicou o delegado Márcio Obara, também durante coletiva de imprensa sobre a prisão dos suspeitos.
De acordo com a polícia, as investigações seguem e mais pessoas podem estar envolvidas com a quadrilha. As informações sobre as vítimas desaparecidas serão mantidas em sigilo.
O grupo foi preso temporariamente e vai responder por tráfico de drogas, exploração sexual e formação de quadrilha.