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Capital

Falta de reagente trava 41 exames para identificação de estupradores

Ricardo Campos Jr. | 11/06/2015 09:54
Antônio César mostra que falta de reagentes prejudica vários casos (Foto: Marcelo Calazans)
Antônio César mostra que falta de reagentes prejudica vários casos (Foto: Marcelo Calazans)

Falta de tiras reagentes para testes de DNA no Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses) deixa 253 processos de análise parados, dos quais 41 são exames para identificação de suspeitos de estupro em Mato Grosso do Sul. Os números foram passados ao Campo Grande News nesta quarta-feira (10) pela Associação de Peritos Oficiais do Estado.

O presidente da entidade, Antônio César Moreira de Oliveira, afirma ainda que estão travados 150 casos de investigação de paternidade de pessoas carentes, 30 identificações de pessoas e 32 exames referentes a outros casos, como homicídios.

A apuração sobre assassinato de Marília Caballero, desaparecida há 12 anos. Uma ossada com protese de silicone foi encontrada em madeireira desativada no bairro Taveirópolis, mas ainda não é possível fechar o caso por falta do DNA que comprove se tratar de Marília. Já houve coleta do material dos filhos.

Outro caso prejudicado é o de uma jovem de 18 anos, que apesar de ter denunciado os suspeitos logo após ter sofrido agressão sexual, ainda não os viu presos, porque o sêmen dos criminosos foi colhido, mas não pode ser processado pela falta do produto químico.

Sobre o reagente, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) confirma que o produto está em falta e diz estar apurando as responsabilidades pelo atraso na entrega dos laudos.

Conforme a nota enviada pela subsecretaria de Comunicação do Governo do Estado, o órgão diz que no final do mês de dezembro do ano passado, a administração do governo anterior cancelou o pagamento de uma das notas à empresa responsável pelo fornecimento de reagentes.

Mesmo sem o pagamento, ainda conforme a Secretaria, a empresa continuou a fornecer os produtos. E em fevereiro deste ano, a Coordenadoria Geral de Perícias solicitou nova compra de reagentes e, de imediato, o Governo do Estado tomou todas as providências para a aquisição dos materiais, com a realização de licitação e empenho de pagamentos.

Segundo a assessoria da Sejusp, a previsão de entrega é para os próximos dias e garante que os reagentes acabaram somente na última quarta-feira, dia 3, sendo que até então os exames estavam sendo realizados normalmente, o que não justificaria o atraso na entrega do resultado do exame da jovem.

Outras deficiências na perícia em Mato Grosso do Sul já viraram escândalo este ano. Em março, preso foi solto por falta de laudos. Acusado de tentativa de assassinato ele foi preso no Natal. Foi o terceiro desse tipo em apenas uma vara, todos por falda do exame de corpo de delito das vítimas, desta vez no Imol (Instituto Médico Odontológico Legal)

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