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Capital

Suspeito de estupro está solto por deficiência na perícia em teste de DNA

Luana Rodrigues | 09/06/2015 09:58

Uma jovem de 18 anos não superou os traumas psicológicos após ter sido estuprada, denunciar os autores e eles continuarem em liberdade. A jovem denunciou os suspeitos no dia seguinte a violência, 26 de janeiro de 2015. Transtornada, ela foi à delegacia, passou por exames que comprovaram o estupro, mas o teste de DNA, feito a partir dos resquícios de esperma encontrados no corpo dela e também em suas roupas, ainda não teve resultado já que um produto reagente, utilizado na verificação, está em falta no IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e impede que o material seja comparado com os dados dos suspeitos.

De acordo com a ocorrência registrada pela jovem juntamente com a mãe, no dia 25 de janeiro, um domingo, ela recebeu um convite de um colega para tomar tereré nos "altos da Afonso Pena". A moça saiu de casa por volta das 16h com um jovem, identificado pela polícia como sendo Gabriel Henrique Araújo, 19 anos, e mais dois rapazes não identificados.

Ainda conforme o registro, a moça contou que antes de irem ao local combinado, os rapazes pararam em um posto de gasolina, conhecido como "Posto dos taxistas" e compraram cerveja. Ela disse que se lembra de ter tomado a bebida, em seguida ficar sonolenta e perder a consciência. Ainda segundo o relato, ela só teria retomado a consciência aproximadamente três horas depois, quando ela e os três garotos já estavam em uma conveniência.

A moça disse que ficou confusa e assustada com o estado em que estava e decidiu fugir do local e ligar para a mãe. A cabeleireira de 54 anos, disse à polícia que encontrou a filha por volta das 23h, atormentada. "Minha filha não falava nada com nada, não se lembrava do que havia acontecido, mas estava com dores e visivelmente alterada, então fui até a delegacia", contou.

A mãe disse que tentou registrar um boletim de ocorrência, mas foi mal recebida na delegacia porque a filha estava "alterada" e decidiu voltar no dia seguinte, mas levou a jovem no posto de saúde para realizar os exames necessários. Ao tirar a roupa, a menina percebeu que havia sangue em seu vestido e roupas íntimas. Tudo foi levado à delegacia no dia seguinte, para registro do crime.

Os exames comprovaram o estupro, e os autores foram identificados, no entanto o resultado de testes que comprovariam a participação do trio não saíram até o momento, e todos continuam em liberdade. "A sensação é de impunidade e de que as pessoas podem cometer qualquer crime com a gente e ficarão em liberdade, é desesperador", ressalta a mãe.

O crime está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, que confirmou que desde março espera do laudo do DNA para dar prosseguimento ao inquérito.

Em contato com a Sejusp (Secretaria de Estado, Justiça e Segurança Pública), a assessoria de imprensa informou ao Campo Grande News que o produto realmente está em falta, mas a data correta em que o reagente começou a faltar, o prazo para ele ser readquirido, e os motivos da ausência do produto no IMOL, não foram informados até o horário de publicação desta reportagem.

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