Família ficou sabendo pela imprensa da morte trágica de ciclista no trânsito
Pedro foi velado por cerca de 15 pessoas, na Pax Mundial, na manhã desta quarta-feira
A família de Pedro Lopes dos Santos de Souza, de 62 anos, o ciclista que morreu atropelado na madrugada do último domingo (25), em trecho da BR-163, na saída para São Paulo, em Campo Grande, ficou sabendo da morte de Pedro através de reportagem do Campo Grande News.
Na manhã desta quarta-feira (28), um grupo de 15 pessoas, aproximadamente, participou do velório de Pedro na Pax Mundial. Para a família, a parte mais difícil é fazer o enterro sem saber o que de fato aconteceu e como ele morreu.
"Estamos em choque ainda. Cremos que o caso será esclarecido, mas não sabemos de nada, não encontramos os pertences dele, nem a bicicleta, nada. A única coisa que sabemos é que ele faleceu por conta de um acidente", disse Anali de Souza, de 39 anos, sobrinha de Pedro.
De acordo com a família, Pedro era muito responsável e trabalhador, saía aos fins de semana para beber ou fazer compras quando recebia dinheiro do trabalho, mas sempre voltava pra casa no sábado à noite e passava o domingo descansado.
Zilda Aparecida Mendonça, aposentada de 68 anos, irmã mais velha de Pedro, disse ao Campo Grande News que ficou desesperada com o sumiço do irmão. "Ele nunca tinha passado a noite fora, visitava as pessoas, saía pra beber, mas voltava pra casa. Minha esperança é que no domingo a noite ele voltasse, porque na segunda tinha que trabalhar, mas ele não apareceu", contou a irmã do falecido.
Segundo Zilda, na segunda-feira (26) cedo a família começou a procurar por Pedro nas unidades de saúde e casas de conhecidos, como não encontraram, acabaram registrando o desaparecimento em uma delegacia na segunda à tarde.
"Aí, no final do dia, eu vi a matéria de vocês, falando da morte de um ciclista e que a família ainda não tinha aparecido, como o acidente era na nossa região, desconfiei que pudesse ser. Liguei no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), mas era tarde e ninguém atendeu. No outro dia, meu outro irmão foi lá e reconheceu o corpo", explicou Zilda.
Pedro morava nos fundos da casa da irmã há 6 anos, trabalhava como servente de pedreiro, nunca se casou e não teve filhos, era Zilda quem cuidava dele. Ele saiu de casa no sábado (24), por volta das 9h e foi visto pela última vez por volta das 14h, quando passou na casa de um parente dizendo que já estava indo para casa.
"Queremos que a polícia esclareça o acidente e que ache a pessoa que atropelou ele. Sei que não vai trazer meu irmão de volta, mas essa pessoa precisa ter consciência do que fez. Ele era uma pessoa calma e trabalhadora, único problema era que ele gostava de beber", finalizou Zilda.
O acidente - Com a batida, a vítima acabou sendo arremessada por cerca de 30 metros, o que provocou múltiplas fraturas, principalmente, no tórax, braços e pernas. Até o momento, não há informações sobre o motorista envolvido no atropelamento. O caso está sendo investigado pela 4ª Delegacia de Polícia Civil.