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Capital

Famílias veem patrola destruindo casas construídas dentro de terreno público

Homens, mulheres e até crianças se juntaram para tirarem às pressas tijolos e os móveis que restaram

Por Izabela Cavalcanti e Clara Farias | 31/10/2024 11:59

Na manhã desta quinta-feira (31), famílias do Portal Caiobá acordaram no susto com uma patrola destruindo as casas dentro de um terreno da Prefeitura de Campo Grande. No local, homens, mulheres e até crianças se juntaram para tirarem às pressas tijolos e os móveis que restaram.

RESUMO

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Famílias que estavam construindo casas em um terreno público no Portal Caiobá, em Campo Grande, foram surpreendidas na manhã desta quinta-feira (31) por uma patrola que demoliu suas moradias. Segundo a Semadur, o terreno é de área pública e as famílias invadiram o local recentemente. Os moradores alegam que investiram seus recursos na construção das casas e que não receberam nenhum aviso prévio da demolição. A Prefeitura de Campo Grande ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

Equipe de fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) está no endereço e confirmou para a reportagem que o terreno é de área pública e que as famílias invadiram nesta semana. A Guarda Civil Metropolitana também está no local.

Segundo um dos funcionários da Semadur, as mesmas pessoas já invadiram outras vezes e foram retiradas, mas que antes não tinham construções.

Criança assiste casa sendo destruída por patrola em terreno da prefeitura (Foto: Marcos Maluf)
Criança assiste casa sendo destruída por patrola em terreno da prefeitura (Foto: Marcos Maluf)

Uma das moradoras, a auxiliar de cozinha, Janaina Silva, de 30 anos, explicou que no local havia barracos montados e, agora, estão sendo construídas residências de alvenaria.

“Chegaram com a patrola já derrubando. Não teve aviso prévio, não entregaram documento, só chegaram derrubando”, lamentou.

Janaina aponta para onde estava sendo construída sua casa (Foto: Marcos Maluf)
Janaina aponta para onde estava sendo construída sua casa (Foto: Marcos Maluf)

Ela investiu R$ 3 mil na construção. “Ali está o dinheiro das férias”, disse apontando para a casa.

A cozinheira, Luana Santos, de 25 anos, está há 1 mês no local e gastou R$ 1 mil para comprar os materiais.

“Esse terreno estava todo sujo, agora que a gente limpou para construir nossa casa eles apareceram. A maioria das pessoas pegou até dinheiro emprestado, estão dormindo no meio do mato. Então, fazer isso com a gente é muita injustiça”, disse.

Procurada pelo Campo Grande News, a Emha (Agência Municipal de Habitação) informou que vai averiguar o caso e responderá em breve.

Moradores se juntam para tirar os tijolos de terreno (Foto: Marcos Maluf)
Moradores se juntam para tirar os tijolos de terreno (Foto: Marcos Maluf)

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) esclareceu, por meio da assessoria de imprensa, que atua na fiscalização das áreas públicas. Uma vez constatada a ocupação indevida desses espaços, são tomadas as providências cabíveis ao caso, dentre elas, a remoção de invasores.

"Conforme o Código de Polícia Administrativa – Lei n. 2909, a invasão de área pública trata-se de ato infracional e conforme o Artigo 5º, § 2º se verificada a invasão de logradouro público, o Executivo Municipal promoverá as medidas judiciais cabíveis para pôr fim à mesma", completou a nota.

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