Fechamento de creche tradicional coloca pais contra grupo filantrópico
Vicentinos afirmam que espaço perdeu função social e não tem quem tope dirigi-lo voluntariamente
Virou polêmica o risco de fechamento da creche Santa Fé, que já funciona há 40 anos em um prédio localizado na Rua Antônio Maria Coelho, em Campo Grande. De um lado, estão os pais dos alunos incomodados com a decisão e do outro, a Sociedade São Vicente de Paula, que já não tem mais condições de manter o espaço que há muito tempo perdeu a sua função social.
A mãe de uma aluna, que pediu para não ser identificada, disse que ficou sabendo a respeito do encerramento das atividades quando não houve abertura do período de rematrícula, normalmente em outubro.
“Eles têm um prazo perante a lei, não podem fechar assim de um dia para o outro. Antigamente era de graça e hoje nós pagamos um valor simbólico”.
A duras penas – Natalício Fernandes de Souza, presidente do Conselho Central da SSVP em Campo Grande, afirma que essa taxa não é suficiente para manter o local, já que entre as despesas estão os salários dos funcionários e insumos.
Outro problema é que a creche perdeu sua função social. Idealizada para cuidar de crianças carentes, hoje tem em sua clientela crianças de classe média e alta, o que teria levado inclusive à perda de parcerias como a Mesa Brasil, que fornecia mantimentos para as refeições das crianças.
Além disso, não há quem tope assumir a direção do local, serviço totalmente voluntário. “Como não é um trabalho remunerado, é difícil encontrar quem assuma”, disse.
Natalício afirma que o fechamento ainda não está sacramentado, pois depende primeiro da aprovação dos conselhos da sociedade a nível local e nacional para ser validado e depois, da burocracia exigida pela secretaria de Educação.
