Fiéis celebram Missa de Lava-Pés para buscar humildade em época de crise
Para relembrar o ato que Jesus fez antes de morrer na cruz pela humanidade, cerca de mil fiéis lotaram a Catedral de Santo Antônio, na Rua 15 de Novembro, no Centro de Campo Grande. O ato simbólico que Cristo fez durante a última ceia, o de lavar os pés dos discípulos em forma de humildade, foi seguido hoje por todos os católicos do mundo nesta quinta-feira.
O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, celebrou a Missa da Ceia do Senhor, antes de seguir o mandamento deixado por Jesus e lavar os pés de 12 cristãos convidados. “Cristo mandou fazer isso em memória dele e este ato que devemos demonstrar amor ao próximo. A eucaristia é uma forma de refletirmos o que Jesus fez por nós. A fé sem obra é morta”, explicou.
Em momentos de crises entre governantes e população que o país enfrenta, o conselho do arcebispo é o de chegar na religião, amar a Deus e sem esquecer-se do amor ao ser humano também. “A pessoa para amar a Deus não precisa se afastar de suas atividades seculares, que envolve política, economia, entre outras coisas. O ser humano tem que entender que ninguém vive no mundo sem religião”, mencionou.
A dona de casa Elisabete Cotte Gayoso, 70 anos, foi uma das escolhidas para simbolizar um dos discípulos. Escolha que talvez tenha vindo do fato dela ter sido batizada com quatro meses de vida na Catedral de Santo Antônio e também ter se casado lá.
“Sinto-me maravilhada de participar de um ato de tão grande de simplicidade que Jesus deixou. A cerimônia só mostra mais ainda que devemos por em prática os ensinamentos. É muito importante as pessoas compareceram à igreja nestes dias de Páscoa para refletirem sobre o ato que Jesus fez por nós”, destacou.
A depiladora Elizomá Costa da Silva, 40, também foi escolhida para participar da cerimônia pela terceira vez. “Para mim é uma grande satisfação. É um chamado de Deus, uma felicidade imensa. Jesus lavou os pés dos discípulos para que pudéssemos fazer o mesmo como o próximo, através do sentimento de humildade. Em um mundo cheio de violência é preciso voltar os olhos para o próximo”, salientou.
A aposentada Maria Eunice Alencar, 70, não deixou de comparecer à missa, como faz durante todos os domingos do ano. “Esta é época de tribulações, um momento de nos abraçarmos e achegar a Deus. Quando estou na igreja sinto uma paz e tranquilidade que não sinto em nenhum lugar do mundo”, afirmou.
A família da estudante Jéssica Magalhães, 22, está no Estado de Mato Grosso e mesmo sozinha a jovem não deixou de prestigiar este momento tão importante para os católicos. “Não podemos medir esforço para ajudar ao próximo porque Cristo não mediu esforços para salvar a humanidade. Este é um momento de renovarmos nossa fé”, mencionou.
A estudante Daniele Santana, 23, confessa que deixar de ir a igreja por relaxismo, mas nesta data especial encontrou forçar para retornar. “Para os jovens as coisas do mundo parecem ser mais atrativas, uma grande farsa. Sem há tempo de retornar”, finalizou.