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Capital

Fieis mantêm rotina de domingo, apesar de recomendação contra coronavírus

Anúncio de proibição de eventos com aglomeração de pessoas não afastou devotos da igrejas da Capital, neste domingo (15)

Adriano Fernandes e Daniele Matos | 15/03/2020 18:42
No detalhe da imagem, mulher de máscara assistindo a missa na Perpétuo Socorro. (Foto: Paulo Francis)
No detalhe da imagem, mulher de máscara assistindo a missa na Perpétuo Socorro. (Foto: Paulo Francis)

A recomendação para que todos os eventos com aglomeração de pessoas sejam suspensos, inclusive os religiosos, não impediu que os fiéis comparecessem em peso nas tradicionais celebrações de domingo nas igrejas da Capital.  Os devotos garantem que só irão deixar de ir aos encontros, se as igrejas fecharem.

"E eu brinco que mesmo assim, caso a igreja feche eu venho e sento ali na frente", sorri a professora Maria Lúcia da Silva, de 54 anos, pouco antes do início da missa das 18h na paróquia.

Ela disse estar tranquila, mesmo após a confirmação de que duas pessoas estão com a doença em Campo Grande. “Eu tenho a minha fé e ela não me deixa ter medo da doença”, conta.  Quem também não aceita a possibilidade de ver a paróquia fechada é a culinarista Nair de Oliveira, de 60 anos.

“Sinto mais medo de ver a minha igreja fechando do que do coronavírus. Só Deus quem pode nos ajudar num momento como esse. Temos que permanecer em oração porque o socorro é aqui”, opina.

Fieis em missa na Perpétuo Socorro na manhã deste domingo (15). (Foto: Paulo Francis)
Fieis em missa na Perpétuo Socorro na manhã deste domingo (15). (Foto: Paulo Francis)

A culinarista diz que ficou triste ao ver igrejas de países como a Itália, por exemplo, suspendendo as celebrações. Para ela o estado de pânico que se instaurou com a doença, pode até deixar as pessoas mais infelizes.

“É o que acontece quando você evita um cumprimento, se mantém afastada das pessoas. Elas se sentem infelizes e sozinhas”, completa. Quem também não deixa de ir às missas aos domingos na Perpétuo Socorro é o mecânico Ariovaldo Barros Cavalcanti.  “Só vou parar de vir se a igreja fechar. Quem tem fé não tem crise. Vir à missa pode não ser a melhor forma de proteção, mas é a salvação”, ele diz.

Na prática, a única alteração na rotina das celebrações na Perpétuo Socorro é quanto a interação entre os fieis e os voluntários das missas e novenas. O Arcebispo Metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, listou uma série de recomendações para diminuir o risco de contaminação da doença.

Entre elas evitar rezar o Pai Nosso de mãos dadas, abraços, o uso de álcool gel e tumultos entre uma celebração e outra. Os encontros irão ocorrer normalmente até a publicação de decreto, nesta segunda-feira (16), proibindo a realização de qualquer evento com mais de 100 pessoas na cidade, inclusive, cultos e missas.

Grupo de jovem em frente a Igreja Universal da Avenida Mato Grosso. (Foto: Paulo Francis)
Grupo de jovem em frente a Igreja Universal da Avenida Mato Grosso. (Foto: Paulo Francis)

“Por enquanto as celebrações irão ocorrer normalmente, seguindo estas recomendações. A partir da publicação do decreto iremos aguardar um novo posicionamento da arquidiocese”, comentou o padre Adriano da Silva Alves, da paróquia.

O posicionamento é o mesmo da Igreja Universal da Avenida Mato Grosso. Pela manhã, um grupo de jovens se reunia em frente à igreja. À reportagem, um funcionário informou que também não há anuncio de cancelamento de cultos.

Desde o começo da semana a administração da igreja está distribuindo álcool em gel no inicio do culto e para quem tem sintomas como gripe ou tosse, dão máscaras.

Suspensões - Além da proibição de eventos o decreto vai suspender as aulas na rede municipal da Capital por 15 dias. A regra atingirá 104 Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) e 98 escolas de Ensino Fundamental da Reme, que no total atendem 107 mil alunos. O anúncio foi feito na manhã deste domingo (15) pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD).

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