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Capital

Fila por consulta com neuro é de 14 mil pacientes, aponta investigação do MP

O órgão investiga os serviços especializados prestados pela Santa Casa e Hospital Regional

Fernanda Palheta | 27/05/2019 13:41
Conforme a promotora de justiça, Filomena Fluminhan, há pacientes que esperam na fila há mais de cinco anos (Foto: Fernanda Palheta)
Conforme a promotora de justiça, Filomena Fluminhan, há pacientes que esperam na fila há mais de cinco anos (Foto: Fernanda Palheta)

Consideradas as maiores demandas reprimidas de especialidades da rede pública de saúde de Campo Grande, a filas para uma consulta de neurologia e neurocirurgia somam 14 mil pacientes. É o que aponta investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Diante do número, o órgão instaurou duas investigações para apurar os serviços especializados prestados pela Santa Casa de Campo Grande e HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).

As investigações tiveram início em 2018 e segundo apurado pelo MP, a maior fila é para consulta de neurologia, que tem 9.072 pacientes esperando. Já a fila para consulta de neurocirurgia soma 4.895 pacientes. Os números foram apresentados pela promotora de justiça, Filomena Fluminhan, durante a coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (27). A promotora ainda ressalta que este é um número de referência, já que a demanda sofre modificações constantes porque a situação dos pacientes se altera.

Conforme a promotora há pacientes que esperam na fila há mais de cinco anos. “Dentro desta demanda reprimida, os casos mais antigos solicitando consultas são janeiro de 2014 e março de 2015”, exemplifica Fluminhan. Ela ainda reforça que o objetivo do inquérito é justamente evitar que os pacientes fiquem tanto tempo na fila. “Fila sempre vai existir, o que não pode existir é paciente esperando desde 2015”, afirma.

Ministério público está investigando serviços pelos hospitais que são habilitadas a prestarem os serviços. “Mudamos nossa estratégia de investigação para tentar diminuir as filas das especialidades. Começamos a investigar a falta de cumprimento de algumas pactuações de alguns hospitais na Capital com o Ministério da Saúde. Não estamos investigando os hospitais, mas sim os serviços prestados”, aponta Fluminhan.

Santa Casa

Segundo a promotora, a Santa Casa é o único centro de referencia de alta complexidade de neurologia e neurocirurgia de Mato Grosso do Sul. O inquérito irá apurar irregularidades na oferta de consultas ambulatoriais eletivas nos serviços Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia do Trauma e Anomalias do Desenvolvimento; da Coluna e dos Nervos Periféricos; dos Tumores do Sistema Nervoso; Vascular e em Tratamento Endovascular.

“Verificamos que a Santa Casa não dispõe de ambulatórios nas sub-especialidades de neurologia e neurocirurgia e que é preciso ter a oferta desse ambulatório, de consultas e atendimentos eletivos, que são as consultas marcadas”, aponta.

Fluminhan ainda destaca que a investigação é sobre as consultas eletivas, ou seja, marcadas, que podem refletem na demanda da urgência e emergência. “A Santa Casa faz e nos atende muito bem na urgência e emergência. Porém o paciente que está na fila esperando vai acabar sendo um paciente da urgência e emergência que vai entrar pelo Pronto Atendimento porque não teve o atendimento inicial e a situação dele vai se agravar”.

Hospital Regional

No Hospital Regional, o inquérito do MPMS investiga a prestação de serviço de consultas neurológicas, já que a unidade tem cinco médicos especialistas em neurocirurgia, mas não realiza consultas. A promotora defende que o Hospital regional também tenha um ambulatório.

“Entendemos que é preciso que o Regional disponha um ambulatório de consultas de neurocirurgia. Em relação ao serviço de neurocirurgia, embora não seja habilitado, se tem cinco médicos concursados o Hospital pode e deve disponibilizar um ambulatório para ajudar a diminuir essa fila. Porque os médicos recebem do Estado”, aponta.

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