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Capital

Filho de PM foi morto com tiros de fuzil, mas alvo de pistoleiros era o pai

Mateus e o pai haviam trocado de veículo, o que pode ter confundido os atiradores.

Adriano Fernandes e Alana Portela | 09/04/2019 20:22
Viaturas do Garras em frente a residência onde ocorreu o atentado, no Jardim Bela Vista.(Foto: Paulo Francis)
Viaturas do Garras em frente a residência onde ocorreu o atentado, no Jardim Bela Vista.(Foto: Paulo Francis)

Matheus Xavier, de 20 anos, foi atingido por, pelo menos, 7 tiros de fuzil calibre 762. Ele e o pai foram alvos de atentado nesta noite (9), em frente à residência onde morava com a família, na Rua Antônio da Silva Vendas, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.

Ele foi levado para a Santa Casa pelo próprio pai, o capitão reformado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto Teixeira Xavier, mas chegou morto ao hospital. De acordo com a polícia a vítima retirava a camionete S10 branca da garagem da residência, quando dois suspeitos em um veículo UP chegaram no endereço.

“Um deles desceu atirando enquanto o outro ficou no veículo e em seguida eles fugiram”, comentou o delegado Fábio Peró do Garras (Delegacia Especializa de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestro).

As informações iniciais eram de que pai e filho chegavam a residência quando foram surpreendidos. No entanto, segundo o delegado, Matheus estava retirando a S10 para que o seu pai saísse em um Ford Ka, que estava estacionado na frente da camionete na garagem.

O Ford Ka era da vítima, o que levanta a suspeita de que o real alvo dos criminosos era o pai, que deveria estar na camionete. 

“O indícios apontam para essa sentido. A camionete era do pai, o filho estava somente retirando a camionete para poder tirar o seu veículo que estava estacionado a frente. Então, pode ser que tenha ocorrido um engano na execução”, explica Peró.

Segundo o delegado, Xavier estava muito abalado e disse que não conseguia se lembrar de nenhum suspeito.

No local do atentado foram encontrados 7 cápsulas de fuzil, mas o número de disparos pode ser maior. A camionete onde estava a vítima também foi crivada de tiros. Desesperado, o policial ainda seguiu com o filho no mesmo veículo para a Santa Casa de Campo Grande.

No trajeto ele chegou a abordar uma equipe do Corpo de Bombeiros no cruzamento da Rua 13 de Junho com a Avenida Mato Grosso, no Centro, mas a vítima chegou ao hospital sem vida. A pericia e o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro também estão no local do atentando.

Na residência das vítimas há câmeras de segurança, mas segundo uma testemunha ouvida pela reportagem a família havia desligado o circuito de monitoramento para uma reforma, há três dias. A casa do vizinho ao lado do endereço também tem câmeras, mas ele garante que não estão funcionando. 

Vizinhos também relataram que não havia muito movimento na rua quando os atiradores chegaram ao local. Um moradora, inclusive, achou que os disparos fossem fogos de artifício. Familiares da vítima também evitaram falar com a reportagem. Além da Polícia Civil, Militares do Batalhão de Choque da Polícia Militar estão em busca dos suspeitos, que teriam usado um UP branco para cometer o crime.

Jogatina - Paulo Roberto Teixeira Xavier foi preso em 2009, durante Operação Las Vegas, realizada pela Polícia Federal e Polícia Militar. A ação foi resultado de investigação sobre jogatina, com exploração de caça-níqueis em Mato Grosso do Sul, e ramificações na Bolívia. Acabou condenado a 7 anos de prisão regime fechado por falsidade ideológica, por manter um estabelecimento comercial, o que é proibido para oficial e corrupção passiva.

Em 2011 ele conseguiu Habeas Corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) e 4 anos depois foi preso no Maranhão, por porte ilegal de armas. Em 2017 ele acabou reformado pela PM.

 

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