Financial vence licitação do lixo e vai receber R$ 1,3 bilhão em 25 anos
O consócio Campo Grande Solurb, liderado pela Financial Construtora Industrial, que desde 2005 coleta o lixo na cidade, foi vencedor da licitação bilionária para gestão dos resíduos sólidos pelos próximos 25 anos. Já o outro concorrente, o consórcio HFMA Resíduos Urbanos, teve a proposta técnica desclassificada por não alcançar a pontuação mínima.
O desfecho da licitação, que provocou uma enxurrada de ações na Justiça para suspender o certame, aconteceu nesta quarta-feira, com a abertura da proposta de preço do Campo Grande Solurb. Ao todo, a prefeitura vai pagar R$ 1,3 bilhão ao grupo, que vai cobrar R$ 52 milhões por ano para executar todos os serviços previstos em edital. Por mês, o valor será de R$ 4.346.470,73.
“A administração vai pagar para a empresa e, em troca, Campo Grande recebe todos os benefícios”, afirmou o presidente da Comissão Especial de Licitação, Bertholdo Figueiró. Ainda segundo ele, o consórcio vencedor pode iniciar imediatamente os trabalhos.
Além da Financial, o vencedor da licitação é composto pela LD Construções Ltda. “Apresentamos todos os serviços dentro do contexto como limpeza urbana, coletas de resíduos e seletiva e vamos coordenar a Usina de Tratamento de Lixo”, informou Rogério Felix da Cunha, representante do consórcio.
O HFMA Resíduos Urbanos é composto pelas empresas Heleno Fonseca Construtécnica S/A (empresa líder), Agrícola e Construtora Monte Azul e Monte Azul Engenharia. O grupo é de São Paulo. Até então, a última licitação do lixo havia sido realizada em 2005, quando o serviço, após 24 anos, passou da Vega Ambiental para a Financial. À época, o edital foi lançado no valor de R$ 70 milhões.
A lista de tarefas da vencedora é extensa, incluindo a implantação de um crematório para animais de pequeno porte, coleta e tratamento do lixo hospitalar, coleta seletiva, recuperação do Lixão na saída para Sidrolândia.
Além da conclusão do aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II e implantação do aterro sanitário “Erêguaçu”. O edital define que o local deve ter vida útil de 40 anos, mas não traz o prazo de instalação.
No rol de atribuições também estão varrição de ruas, pintura de meio-fio, limpeza de vias após realização de feiras livre e limpeza manual de bocas de lobo. Para tudo isso, a prefeitura vai pagar a contraprestação, uma remuneração mensal à vencedora do processo licitatório.
Para coleta e transporte do lixo de casas e comércios, o edital requer 34 caminhões, exigindo veículos zero quilômetro. Também será necessário fornecer 200 contêineres “para a implantação da coleta conteinerizada dos recursos sólidos domiciliares e comerciais”.