Fogo levou roupas de família, remédios e até cadeira de rodas de jovem
Mãe de 4 filhos, Tânia perdeu roupas da família e tudo que precisa para cuidar da filha com paralisia cerebral
A dona de casa Tânia da Conceição Teodoro, 40 anos, está acostumada a lutar pela sobrevivência. Mãe de quatro filhos, uma delas com paralisia cerebral, os cria com pouco ou quase nada. Porém, depois da última sexta-feira, o que já era difícil beira o insuportável. Parte deste “pouco”, a casa no Bairro Nova Capital foi incendiada e a família perdeu roupas, remédios, móveis e as cadeiras usadas pela filha.
“Queria chegar lá e ver que foi um sonho, não quero ver que eu perdi tudo”, lamentou, emocionada. Tânia está abrigada no barraco de três cômodos da mãe, na Rua Terra Vermelha, no Jardim Noroeste. Desde sexta-feira, quando aconteceu o incêndio, ela divide esse barraco com os filhos: Stefanie, de 26 anos, que precisa de cuidados especiais, além outros três, de 17, 12 e 7 anos.
No dia do incêndio que aconteceu por volta das 18h, Tânia estava na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninhas com Stefanie, que estava internada com crise de otite. O filho de 17 anos voltava do serviço militar quando viu o vizinho tentando arrombar a porta para apagar o fogo. Os dois conseguiram apagar o fogo. Quando o bombeiro chegou, foi para constatar a origem do incêndio: a velha fiação elétrica da sala. “Tinha que ter trocado, mas as condições não ajudam”, diz.
Os cômodos da casa, construída há mais de dez anos, segundo Tânia, ficaram destruídos. As chamas consumiram as roupas da família, os remédios de Stefanie e ainda, as cadeiras usadas pela jovem, que tem paralisia cerebral, sendo uma de locomoção e outra adaptada para o banho. “Queimou até os documentos das crianças”, lamentou.
“Sabe o que é você querer voltar para sua casa e está proibido? Não sei mais o que fazer, estou desesperada para voltar para minha casa, ela [Stefanie] sente muita falta de lá”, contou, explicando que o imóvel de alvenaria tem piso e a jovem consegue se locomover, mesmo com dificuldade. No barraco, essa mobilidade fica restrita, o que a deixa nervosa e agitada.
Segundo Tânia, além de roupas e remédios, agora, também precisa de ajuda para reformar a casa, como tinta e material para trocar a fiação elétrica. A família sobrevive com o BPC (Benefício de Prestação Continuada) que Stefanie recebe, valor de R$ 1,2 mil, além da ajuda do filho que está o Exército.
A dona de casa não foi para casa ver a dimensão dos estragos e se baseia no relato do filho. “Ainda não fui lá limpar, estou sem condições para ir, estou sozinha, separada há muitos anos”, contou, explicando que o pai das crianças é caminhoneiro, mora em São Paulo e ajuda com no máximo R$ 300. “Eu que sou mãe e pai deles”.
Willian Costa Bispo, de 19 anos, sobrinho de Tânia, disse ainda que a casa foi invadida após o incêndio. "Peguei uns três [ladrões] já. Venho aqui toda hora. Um levou a mesa, aí achamos na casa de uma mulher. Tiraram tanta coisa que nem deu para ver. Levaram armário pequeno, aparelho de DVD. Fico aqui cuidando", disse.
Desesperada com a situação, enviou e-mail ao Campo Grande News, para que a história fosse contada e pudesse pedir ajuda.
Quem quiser entrar em contato pode ligar para o telefone (67) 98134-0775 ou fazer Pix, por meio da chave 67991213999, no nome de Ana Flávia da Conceição Teodoro.
