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Capital

Fornecedores ameaçam denunciar Homex por estelionato e perdas de R$ 24 mi

Bruno Chaves | 04/11/2013 17:52
Advogado foi procurado por fornecedores, que foram orientados a pedir investigação criminal da empresa (Foto: Marcos Ermínio)
Advogado foi procurado por fornecedores, que foram orientados a pedir investigação criminal da empresa (Foto: Marcos Ermínio)

Suspeitando de estelionato e somando prejuízos, que chegam a R$ 24 milhões, 15 fornecedores da construtora mexicana Homex, instalada no Brasil desde 2007, se juntaram e programaram um pedido de abertura de investigação criminal contra a empresa. A solicitação do inquérito poderá ser entregue até o fim da semana na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

De acordo com o advogado João Ferraz, os fornecedores foram orientados a pedir a investigação devido a dificuldade do andamento dos processos cíveis na Justiça; pela quantidade de empresas abertas pela Homex no Brasil; pela dificuldade de se encontrar qualquer pessoa da empresa para ser executada; e pelo modo de operação que a construtora utilizou com os fornecedores.

“Eles estão movidos, principalmente, por conta dos processos cíveis não estarem tendo sucesso pela dificuldade de citar a Homex [...] Diante dessa dificuldade, eles se juntaram e eu, verificando o modo de operação que a Homex fez com cada um deles, decidi a orientá-los a fazer o pedido de abertura de investigação criminal por haver sérios indícios de crime por parte da Homex”, explicou.

Entre as os fornecedoras estão construtoras, madeireiras e até empresas de marketing e extintores. Delas, 60% são de Mato Grosso do Sul e o restante do estado de São Paulo. Somando todos os contratos, o calote chega aos R$ 24 milhões e os processos contra a mexicana começaram a surgir em 2012 e 2013.

Homex e empresas abertas no Brasil – Os contratos firmados entre a Homex e os 15 fornecedores foram feitos por meio de pelo menos 25 empresas abertas pela construtora no Brasil. Todas estão ligadas aos nomes do brasileiro Rosimário Cavalcante Pimentel e da mexicana Erika Karina Taboada Urtuzuastegu.

“Não é ilegal abrir diversas empresas em um nome. O que é considerado um problema e precisa ser investigado é o modo dessa operação, o porquê dela abrir essa quantidade exagerada de empresas, o porquê dela esparramar tantos contratos com empresas diferentes e o porquê ela deu calote em todo mundo”, considera.

A suspeita de estelionato se dá por causa do “obter uma vantagem ilícita em detrimento do prejuízo alheio”, explana Ferraz. “Então o modo de operação como ela [Homex] fez, leva a acreditar que existe a possibilidade de estelionato”, acredita.

Desse modo, o advogado avalia que é preciso uma investigação para que se possa verificar se o crime ocorreu ou não. Além de pedirem investigação na Secretaria de Justiça, os fornecedores foram norteados a procurar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara para passarem a situação aos vereadores.

Ferraz acompanha o caso da Homex em Campo Grande desde quando os primeiros moradores precisaram acionar a construtora. Dessa forma, ele foi procurado pelos fornecedores, que receberam a orientação do pedido de investigação.

“Outras empresas que tiveram prejuízos devem se juntar a esses 15 fornecedores para, juntos, irem atrás de seus direitos”, lembra. “A suspeita é de que esse rombo seja ainda maior”, conclui.

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