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Capital

Fotos mostram que sequestrador correu para quarto após se baleado pela polícia

João Victor Rodrigues da Silva, de 20 anos, morreu logo após ser socorrido, na Santa Casa, segundo a polícia

Anahi Zurutuza e Jhefferson Gamarra | 20/09/2021 14:23
Muito sangue em um dos quartos onde houve troca de tiros com policiais. (Foto: Direto das Ruas)
Muito sangue em um dos quartos onde houve troca de tiros com policiais. (Foto: Direto das Ruas)

Imagens feitas dentro da casa onde dupla procurada por sequestro no fim de semana trocou tiros com a polícia, mostram que João Victor Rodrigues da Silva, de 20 anos, conhecido como “Neguinho”, correu para um dos quartos da residência após ser baleado. Rastro de sangue revela o caminho que ele fez até chegar perto de uma cama, onde sangrou bastante. Neste quarto, também há respingos numa parede.

Após a troca de tiros, policiais do Batalhão de Choque e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) invadiram a residência localizada na Rua Daniela Perez, no Residencial Betaville, região do Bairro Universitário. João Victor chegou a ser socorrido, mas segundo informou a polícia, morreu na Santa Casa de Campo Grande.

No local, outro rapaz foi preso. Identificado apenas como Rafael, ele levou o comparsa, João Victor, até a residência de parentes. Os dois teriam se escondido por lá hoje pela manhã, mas segundo familiares, quem vive na casa havia saído para trabalhar e nem sabia que a dupla estava por lá.

João Victor, Rafael e Claudinei dos Santos de Oliveira, 29 anos, preso na noite desse domingo (19), são suspeitos de participarem de sequestro de uma mulher, de 50 anos, ocorrido fim de semana, no Bairro Itanhangá Park, região nobre da Capital.

Rastro de sangue indica trajeto de ferido até quarto. (Foto: Direto das Ruas)
Rastro de sangue indica trajeto de ferido até quarto. (Foto: Direto das Ruas)

O sequestro - Em depoimento à polícia, Claudinei confessou o crime, “entregou” João Victor e deu detalhes sobre o crime. Ele disse que no sábado, a caminho de festa na casa do avô do comparsa, os dois tiveram a ideia de “levantar dinheiro”, praticando roubo. A dupla estava em um Fiat Uno, de cor azul, que pertence à ex-mulher de Claudinei. Segundo ele, a mulher não sabia que ele havia pegado o carro dela.

Os dois, então, passaram a percorrer as ruas da cidade “caçando” vítimas, quando avistaram duas mulheres (mãe e filha, de 22 anos) em um Audi Q3 e resolveram segui-las. Quando elas entraram na garagem de casa, no Bairro Itanhangá Park, eles anunciaram o assalto, renderam as vítimas e entraram na residência. Dentro da casa, o empresário de 61 anos, esposo da mulher, também foi rendido.

Claudinei disse que enquanto roubava as coisas de valor, João Victor fazia a segurança do lado de fora. Foi quando o comparsa informou que o vigilante havia percebido a movimentação e os dois decidiram ir embora levando a vítima como refém, por acreditar que a polícia já havia sido acionada, segundo depoimento de Claudinei.

Ele saiu levando o Fiat Uno, enquanto João Vitor foi com a refém dirigindo o Audi da família. Eles seguiram para o Bairro Pacaembu, na região da Avenida Guaicurus. Como não conseguiram levantar o dinheiro que queriam no local, tiveram a ideia de ligar para o marido da vítima exigindo R$ 50 mil para libertá-la.

Desesperado, o homem informou que tinha apenas R$ 18 mil e um relógio Rolex. Os dois aceitaram a oferta e marcaram encontro com o empresário. Durante toda a negociação, os bandidos ameaçavam o empresário, dizendo para não envolver polícia, caso contrário, matariam a mulher.

Resgate - O esposo da vítima, então, foi orientado a levar o dinheiro no Bairro Campo Alto, na Rua Professor Odete Trindade Benites, próximo a uma conveniência. Lá, a quantia e o relógio foram entregues para um "noiado", segundo relatos de Claudinei, que recebeu R$ 50 para pegar o pacote com o dinheiro e entregar para a dupla.

Na sequência, foi feita ligação informando que a refém seria solta no Bairro Tiradentes. Porém, a vítima foi encontrada pelos policiais do Choque, por volta das 3h30, na Rua Darwin Dolabani, no Bairro Itamaracá. O carro dela, o Audi, foi encontrado abandonado na Rua Santina Delfino Sanches, mesmo endereço da casa onde a vítima ficou refém.

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