Preso, sequestrador diz que caçou vítima até cruzar com mãe e filha em Audi
Polícia prendeu Claudinei dos Santos e procura o comparsa, João Victor Rodrigues, que ficou com o dinheiro
Um dos suspeitos de participação no sequestro de mulher de 50 anos, na noite de sábado (18), no Bairro Itanhangá Park, Claudinei dos Santos de Oliveira, 29 anos, conhecido como Carcaça, foi preso pelo crime na noite de ontem (19), em um bar, na Rua Dolores Duran, no Bairro Universitário.
Ele já tem passagens por série de assaltos a farmácias em Campo Grande, já cumpriu pena por roubo e havia acabado de sair da cadeia. A polícia ainda procura o comparsa dele, João Victor Rodrigues da Silva, 20 anos, que ficou com os R$ 18 mil, dinheiro do resgate. O Fiat Uno e a arma utilizados na ação criminosa foram apreendidos.
Depoimento - Em depoimento à polícia, Claudinei confessou o crime e deu detalhes. Segundo ele, conheceu há pouco mais de 1 mês João Victor, os dois são dependentes químicos e faziam o uso de drogas juntos. No sábado, relatou, a caminho de festa na casa do avô de João Victor, tiveram a ideia de levantar dinheiro, praticando roubo. Os dois seguiam em um Fiat Uno, de cor azul, que pertence à ex-mulher de Claudinei. Segundo ele, a mulher não sabia que ele havia pegado o carro dela.
Os dois, então, passaram a percorrer as ruas da cidade caçando vítimas, quando avistaram duas mulheres (mãe e filha, de 22 anos) em um Audi Q3 e resolveram segui-las. Quando elas entraram na garagem de casa, no Bairro Itanhangá Park, eles anunciaram o assalto, renderam as vítimas e entraram na residência. Dentro da casa, o empresário de 61 anos, esposo da mulher, também foi rendido.
Roubo e sequestro - Claudinei disse que enquanto roubava as coisas de valor, João Victor fazia a segurança do lado de fora. Foi quando o comparsa informou que o vigilante havia percebido a movimentação e os dois decidiram ir embora levando a vítima como refém, por acreditar que a polícia já havia sido acionada, segundo depoimento de Claudinei.
Ele saiu levando o Fiat Uno, enquanto João Vitor foi com a refém dirigindo o Audi da família. Eles seguiram para o Bairro Pacaembu, na região da Guaicurus. Como não conseguiram levantar o dinheiro que queriam no local, tiveram a ideia de ligar para o marido da vítima exigindo R$ 50 mil para libertá-la.
Desesperado, o homem informou que tinha apenas R$ 18 mil e um relógio Rolex. Os dois aceitaram a oferta e marcaram encontro com o empresário. Na primeira tentativa, o plano deu errado porque havia muitos policiais na região. Durante toda a negociação, os bandidos ameaçavam o empresário, dizendo para não envolver polícia, caso contrário, matariam a mulher.
Resgate - O esposo da vítima, então, foi orientado a levar o dinheiro no Bairro Campo Alto, na Rua Professor Odete Trindade Benites, próximo a uma conveniência. Lá, a quantia e o relógio foram entregues para um "noiado", segundo relatos de Claudinei, que recebeu R$ 50 para pegar o pacote com o dinheiro e entregar para a dupla.
Na sequência, foi feita ligação informando que a refém seria solta no Bairro Tiradentes. Porém, a vítima foi encontrada pelos policiais do Choque, por volta das 3h30, na Rua Darwin Dolabani, no Bairro Itamaracá. O carro dela, o Audi, foi encontrado abandonado na Rua Santina Delfino Sanches, mesmo endereço da casa onde a vítima ficou refém.
Além da Polícia Militar, a ocorrência foi atendida por policiais do Garras (Delegacia Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e GOI (Grupo de Operações e Investigações Especiais). As buscas continuam para encontrar João Victor.