Garçom matou garota após brigar para não pagar "programa frustrado"
A mistura de whisky Red Label com cocaína, aliada ao fato dele não ter conseguido a ereção, seria o motivo que provocou uma briga entre o garçom Jorge Armando Vieira Júnior, 35 anos, e a garota de programa Kátia Loup Pereira, 20 anos, fato que culminou na sua morte. O autor do crime, ainda internado na Santa Casa, foi interrogado na manhã de ontem (30), pelo delegado Wellington de Oliveira, e confessou com detalhes o assassinato.
Na ocasião, ela também estava alcoolizada, mas queria receber R$ 400 pelo “serviço prestado”. Ele disse que não pagaria naquele momento, mas até o meio-dia repassaria o dinheiro a ela. “Na versão do Jorge, foi o momento em que ela levantou e foi buscar uma faca no saguão, que inclusive estava sendo utilizada para cortar limão. Ele também pegou uma tesoura embaixo do balcão e partiu para cima dela”, explica o delegado.
A vítima estava deitada em um colchonete no chão, no apartamento dois, quando teve as mãos amarradas com um cinto. “Jorge então passou a dar golpes de tesoura na Kátia, que morreu no local. Ele, porém, foi localizado pelo dono da boate, ainda respirando. No mesmo dia fiz o flagrante e o indiciei pelo homicídio, algo que o juiz também concordou e expediu o mandado de prisão preventiva com validade até 26 de janeiro de 2034”, conta o delegado.
O delegado sustenta que, embora seja oficializada a versão da vítima, não há fatos que comprovem que Kátia pegou uma faca para agredi-lo. “A vítima não tem como se defender, mas temos indícios suficientes para provar que Jorge tentou o suicídio após o crime. As lesões de hesitação no corpo dele caracterizam que ele mesmo se feriu”, complementa o delegado.
Jorge será indiciado por homicídio qualificado, cuja pena máxima é de 20 anos de reclusão.
Crime – A garota de programa foi localizada dentro da boate na Rua da Redenção, Vila Americana, em Campo Grande. O garçom estava com uma faca cravada no peito do lado esquerdo, mas foi socorrido com vida.
O dono da boate, Sandro Luiz Ribeiro Andrade, 47 anos, disse que a jovem não trabalhava na boate, que inclusive estava fechada por causa de férias coletivas até o dia 10 de fevereiro.