Gigantes de quase 4 mil m² se deterioram sem destino ou interessados em compra
Prédios que fizeram parte da história cultural da Capital, clubes Surian e Sírio-libanês, estão sem futuro
O tempo parece ter parado para dois prédios centrais de Campo Grande que já foram palco de frenéticos carnavais no passado. O Clube Surian e o Clube Sírio-libanês representam um deserto de concreto de 3.837,64 m², no coração da cidade. O destino das duas estruturas segue incerto.
Incorporado ao patrimônio da prefeitura desde 2021, o projeto de transformar o antigo Clube Surian, na Avenida Mato Grosso com a Rua 13 de Junho, em uma Escola Municipal de 2.547,64 m² acabou virando em nada.
A ideia de fazer obras de reforma e ampliação do prédio para atender 420 crianças na faixa etária entre 0 e 5 anos, em um lugar privilegiado da cidade, acabou esbarrando no processo licitatório.
De acordo com a assessoria do município, as três tentativas de contratar uma empresa para fazer o serviço deram desertas. “Ou seja, não houve interesse de empresas na execução. A Prefeitura está reavaliando a finalidade do prédio, porém a intenção é que seja dentro da área da Educação”, explicou a nota.
A informação é a mesma repassada pelo Executivo em agosto do ano passado, quando o Campo Grande News também questionou o andamento do projeto. De lá para cá, já se passaram oito meses e não houve avanços. Enquanto isso, 1,2 mil famílias entraram com ações judiciais exigindo vaga em creches públicas de Campo Grande, no ano passado.
Poucas quadras dali está uma estrutura privada que busca um comprador há mais de um ano, o Clube Sírio-libanês. O prédio de 1.290 m² fica na Rua Dom Aquino. Apesar de já ter aparecido alguns interessados na aquisição, como igrejas e grande empresas, ninguém quis pagar R$ 4 milhões por conta da falta de estacionamento.
A corretora do imóvel e sobrinha da proprietária, Lara Sleiman, contou que já pulou muito Carnaval no clube. “Era um máximo. Também tinham festas da colônia árabe. Era muito bom. Mas a cidade cresceu e as pessoas não costumam mais pular Carnaval em clube. Agora viajam nos feriados e ali não tem mais como ser um clube, temos que renovar”, assegura.
Com o aumento no número de veículos, o comprador do imóvel teria que investir na compra do estacionamento ao lado, que equivale a R$ 3 milhões. Somando, seriam necessários R$ 7 milhões para ter uma estrutura viável para abrir algum comércio na área central de Campo Grande.
Conforme informações do índice Fipezap, o metro quadrado no Centro é o segundo mais valorizado, custando R$ 5.583. A região só perde para o Prosa, que tem o metro quadrado a R$ 8.275.
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