Grupo invade sede do Incra e pede agilidade na reforma agrária em MS
Manifestantes prometem ficar até a terça-feira, quando se reunirão com superintendente do órgão, em Brasília
Famílias de assentados invadiram a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Campo Grande nesta segunda-feira (23). São pelo menos 600 membros de oito movimentos sociais, que pedem agilidade no processo de reforma em Mato Grosso do Sul.
Segundo um dos líderes do movimento e diretor nacional do FNL (Força Nacional de Luta), Rodionei Merlin, os protestantes chegaram por volta das 6 horas no prédio, localizado na Rua 25 de dezembro com a Antônio Maria Coelho, e pediram para que os seguranças deixassem o local.
Os manifestantes estão controlando e impedindo a entrada dos trabalhadores. A intenção é ficar acampados até terça-feira (22). “Ninguém vai trabalhar aqui”, afirmou o líder.
O movimento de hoje é uma coalisão de oito grupos diferentes, afirma Rodionei. A expectativa é que, até o fim do dia, o número de manifestantes chegue a 1 mil.
O líder disse que, além do pedido por agilidade, a ocupação reivindica pautas antigas e a reestruturação do órgão em Mato Grosso do Sul. Também cobram assistência técnica para famílias que já estão ocupadas. “Estão largados sem assistência”, disse.
Amanhã, os movimentos vão se reunir com o superintendente nacional do Incra, em Brasília, às 11 horas.
Superintende estadual do Incra, Humberto Maciel, se reuniu há pouco com alguns membros do movimento. Ele afirmou que a pauta tratada foi a retomada da reforma agrária no Estado e a reestruturação do órgão.
Afirmando manter o diálogo com o movimento, Humberto afirmou que Mato Grosso do Sul está impedido de adquirir novas áreas em virtude de ações judiciais, que bloquearam o processo de compra. “Estamos trabalhando nisso. É um problema judicial, por isso é mais difícil”, explicou.
Em relação à reestruturação, o superintendente disse que servirá para atender os órgãos de controle e com isso facilitar o desbloqueio.