"História nebulosa", diz delegado sobre morte de PRF após atentado em motel
Perícia não encontrou sinal de tiro em corpo e exame toxicológico deve apontar causa da morte
"Tudo ainda está muito estranho e nebuloso", disse o delegado Nilson Friedrich, que investiga a morte do policial rodoviário federal, Tony Emerson Moretto, encontrado em uma estrada rural, no último domingo (28), dois dias depois de tentar matar a ex-esposa e um personal trainer a tiros dentro de um motel em Campo Grande.
Não foram encontradas marcas de tiro e sinais de violência no corpo do PRF. Além disso, para a polícia, ainda é um mistério como Tony chegou ao local onde o cadáver foi achado. Não havia carro no local. O celular do policial e as supostas duas armas usadas por ele no atentado contra a ex também não foram localizados.
De acordo com a superintendência da PRF, Moretto estava afastado da função desde outubro deste ano e como procedimento padrão, a arma funcional dele foi recolhida. O motivo do afastamento não foi informado à reportagem, por causa do sigilo médico.
Segundo a ex-esposa do Tony, de 32 anos, o casal estava em processo de separação e na sexta-feira, 26 de novembro, Tony rastreou o carro dela e invadiu motel onde ela estava com homem de 35 anos, armado com dois revólveres. O policial pulou um portão e entrou no quarto atirando. O personal foi atingido na boca e está internado na Santa Casa.
O PRF foi encontrado morto dois dias depois, em uma estrada rural de Campo Grande, próximo à MS-040. Em primeiro momento, acreditava-se que ele teria atirado contra a própria cabeça. Teria, inclusive, de acordo com amigos, escrito mensagem em tom de despedida horas depois de entrar atirando no motel.
No entanto, como armas, carro e celular não foram encontrados no local onde estava o corpo e exame necroscópico constatou que não havia sinal de tiro, muito menos de violência, segundo divulgou a Polícia Civil nesta quinta-feira (2), foram pedidos exames periciais complementares.
"Voltamos no local na segunda-feira para ver se encontrávamos indícios de que ele teria ingerido algum medicamento, mas nada foi encontrado. Então está muito estranho e nebuloso para a gente ainda", ponderou Nilson Friedrich.
Um celular que pode ser do policial foi apreendido na segunda-feira (29) e ainda passa por perícia. Além disso, o delegado aguarda resultado de laudo toxicológico que pode apontar a causa da morte de Tony. "Essas amostras servirão para apurar se ele ingeriu algum veneno ou substância nociva", revelou.
Já o veículo do policial, segundo o responsável pelo inquérito, foi localizado esta semana e está com um irmão do PRF.