Hospital do Pênfigo pode ser habilitado para transplante de rim em MS
Além de destravar a crise na Santa Casa, Município busca outras alternativas para atender pacientes

O Ministério da Saúde reclassificou o serviço de transplante de rim na Santa Casa de Campo Grande, conforme portaria publicada hoje no Diário Oficial da União. No entanto, a resolução burocrática não muda a situação no hospital, que continua com o procedimento suspenso.
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O Ministério da Saúde reclassificou o serviço de transplante de rim na Santa Casa de Campo Grande, mas o serviço continua suspenso devido a problemas internos. A secretária de Saúde, Rosana Leite, busca alternativas para credenciar outros hospitais, como o Hospital do Pênfigo. A reclassificação destrava questões burocráticas, mas não retoma os transplantes. O hospital enfrenta desabastecimento e perda de profissionais, apesar dos repasses públicos estarem em dia. O MPMS está envolvido na busca de soluções, enquanto a direção do hospital aponta desequilíbrio financeiro nos contratos com o município.
A secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, disse que o Município está trabalhando para destravar a situação, mas que também busca outras instituições para o credenciamento, como o Hospital Adventista do Pênfigo, que já faz transplante de córnea e fígado. “A ideia é que outros também façam, além da Santa Casa, temos muita na fila, como jovens que estão na hemodiálise”.
Em julho de 2024, o Hospital do Pênfigo realizou o primeiro transplante de fígado em Mato Grosso do Sul, um idoso de 60 anos, residente em Ponta Porã. Em 2021, a instituição deu início ao processo de documentação e adequação da estrutura física a fim de cumprir todos os requisitos preconizados pelo Ministério da Saúde. Em abril do ano passado, o hospital foi habilitado para transplante de fígado.
Crise - Na publicação de hoje, consta que a Santa Casa foi reclassificada no Incremento Financeiro do Sistema Nacional de Transplantes, via SUS (Sistema Único de Saúde).
A habilitação, segundo a secretária, destrava a questão burocrática, mas que isso não representa retorno dos transplantes de rim na Santa Casa.
O repasse de recursos públicos está em dia, mas o hospital enfrenta desabastecimento de materiais e remédios, além da perda de profissionais, que estão sem receber salário. Consultas em urologia estão paradas, o que suspendeu os transplantes de rim.
Médicos do hospital procuraram o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e se reuniram em 10 de fevereiro com a 32ª a 76ª Promotorias que lidam com assuntos de saúde. Na data, relataram falta de materiais para realização de cirurgias, como capotes, escovas para higienização de mãos, máscaras, marcapassos, hastes de fêmur, entre outros.
Depois disso, em 19 de fevereiro, o MP se reuniu com a direção do hospital e com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A presidente da unidade hospitalar, Alir Terra confirmou os problemas, enfatizando que há um desequilíbrio econômico-financeiro na contratualização entre o hospital e o município, cujo valor não é reajustado há três anos. Disse também que não há acordo em relação aos valores dessa contratação, que está em análise desde julho do ano passado.
Rosana Leite diz que o Município está em tratativas para sanar os problemas.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, atualmente, 219 pacientes aguardam por transplante de rim em Mato Grosso do Sul. "Todo o processo de doação de órgãos, desde a captação ao transplante, é realizado de forma transparente e gerenciado pela CET-MS (Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul), com o acompanhamento do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde".
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