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Capital

Hospital Universitário tem pronto-socorro superlotado e faz “milagre”

Aline dos Santos | 29/04/2016 13:02
Hospital Universitário enfrenta superlotação em Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)
Hospital Universitário enfrenta superlotação em Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)
PAM tem capacidade para 26 pacientes, mas tinha 62 no dia da vistoria.  (Foto: Alcides Bernal)
PAM tem capacidade para 26 pacientes, mas tinha 62 no dia da vistoria. (Foto: Alcides Bernal)

Um dos pontos de vistoria do Conselho Municipal de Saúde nesta semana, o HU (Hospital Universitário) de Campo Grande chega a funcionar 100% acima da capacidade no pronto-socorro e tem que fazer “milagre”. Conforme o conselho, o pronto-socorro estava 50% acima da capacidade. Contudo, de acordo com a gerente administrativo do HU, a médica Maria José Martins Maldonado, o cenário era de 62 pacientes, enquanto a capacidade é de 26 pessoas.

Ainda conforme o Conselho Municipal de Saúde, falta de equipamentos simples impedem a abertura de 17 leitos numa ala da pediatria. De acordo com a gerente, a pediatria é o menor dos problemas. “A pediatria quase nunca está lotada. Mas tem excesso de pessoas no setor de pronto-socorro e não tem leitos para colocar”, afirma.

No dia da vistoria por exemplo, eram 11 pacientes entubados fora do CTI (Centro de Terapia Intensiva). “Existe a superlotação de todos os hospitais públicos. Colocamos pacientes em maca, cadeira de acompanhante. Não tem aparelho respirador, é 'ambuzado' na mão. É uma batalha de todos os dias”, salienta Maria José.

Com a falta de leitos, a “vaga zero” deixa de ser procedimento de exceção para virar regra. Nesta modalidade, entra o paciente grave que precisa ser internado mesmo sem a vaga.

Referência em áreas como a neurologia, infectologia e UTI neonatal, o Hospital Universitário tem capacidade para 195 leitos, 35 de CTI e 26 de pronto-socorro. Desde 2010 a unidade passa por reforma custeadas pelo Rehuf (Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais), mas não há previsão de ampliar o atendimento.

Por meio de portaria publicada dia 27, o Ministério da Saúde vai destinar R$ 4.126.936,84 para custeio do HU. O recurso é um extra, mas pouco diante da demanda para manter o hospital. A unidade tem custo de R$ 3,6 milhões por mês, sendo de R$ 1,8 milhão a R$ 2 milhões referentes ao contrato com o gestor pleno, no caso, a prefeitura de Campo Grande. “O dinheiro que vem da portaria é extra, mas são R$ 4 milhões para o ano. Estamos fazendo milagre”, diz a gerente.

Ontem, chegou a circular aviso de suspensão de atendimento no PAM. Hoje, a reportagem foi ao local e verificou que o pronto-atendimento está de portas abertas nesta sexta-feira (dia 29). Nesta semana, o Conselho Municipal de Saúde também fez vistoria no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian e Santa Casa.

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