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Capital

Idoso encontrado com sede no Noroeste está morando há mais de um mês em hospital

Agora, ação na Justiça pede que município encontre vaga em asilo para o homem de 66 anos

Lucia Morel | 18/02/2023 09:48
Idoso encontrado com sede no Noroeste está morando há mais de um mês em hospital
Antônio Carlos Campos de Assis tem 66 anos e está "internado socialmente" no Hospital São Julião. (Foto: Reprodução do processo)

Idoso encontrado abandonado e com sede em agosto do ano passado no Jardim Noroeste em Campo Grande está novamente em situação precária. Mas desta vez, há um mês no Hospital São Julião, que tem sido sua casa. Os filhos até tentaram cuidar dele, mas segundo peça da Defensoria Pública, não foi possível e o homem de 66 anos ficou novamente à mercê da sorte. Agora, o pedido é para que a prefeitura consiga uma vaga em asilo para ele.

A petição da Defensoria conta que após matéria publicada no Campo Grande News, os dois filhos de Antônio Carlos Campos de Assis passaram a ajudá-lo e até contrataram uma cuidadora que morava com o idoso, em quarto dos fundos da casa no Bairro Noroeste. Isso, após publicação do material online.

“Ocorre que a (cuidadora) contratada demonstrou o desejo de se demitir e de mudar de residência. A par disto, (um dos filhos) entrou em contato com a Assistência Social do Município e solicitou que fosse analisada a possibilidade de acolhimento institucional do idoso, uma vez que não confia que o (o outro filho) poderia assumir tal responsabilidade sem oferecer risco de o idoso ficar desassistido”.

Isso porque o filho que custeia as despesas do pai trabalha viajando e o outro, que mora com ele, enfrenta problemas com álcool. A cuidadora “relatou que idoso mora com um dos filhos, mas que este é alcoolista e, quando bebe, pode passar dias sem aparecer na residência, deixando o idoso só e sem alimentação e higiene”.

Apesar de lúcido, o idoso tem a mobilidade reduzida decorrente de um AVC (acidente vascular cerebral). Assim, em outubro, a assistência social municipal visitou Antônio em casa e apesar de constatar que ele estava em “situação vulnerável, residindo em local com desasseio”, ele não apresentou desejo de sair de lá.

Em outra visita, em fevereiro deste ano, a Defensoria, através do NUDEDH (Núcleo de Direitos Humanos), encontrou a casa onde Antônio morava vazia e aparentemente abandonada. Vizinhos contaram que a polícia havia retirado ele de lá, porque estava novamente sozinho e abandonado. Em contato com um dos filhos, foi dito que o idoso estava internado no Hospital São Julião desde 6 de janeiro.

Servidores da Defensoria foram então até o hospital e em conversa com Antônio, ele manifestou interesse em ser acolhido em alguma instituição para idosos. “No ato, os servidores foram informados que o idoso se encontrava internado socialmente, em situação de alta hospitalar, mas que permanecia no local, pois não tem para onde ir após a desinternação”.

Agora, o caso corre na Justiça para que a prefeitura encontre vaga em alguma ILPI (Instituição de Longa Permanência de Idosos). À reportagem, a Defensoria informou que o “Núcleo de Direitos Humanos (NUDEDH), instaurou procedimento para verificar as condições de vida do idoso A.C.C.A, após matéria veiculada pelo Campo Grande News no dia 03 de agosto de 2022”.

Para que o idoso seja acolhido, há necessidade de decisão favorável na ação em trâmite. Enquanto isso, ele continuará no hospital.

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