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Capital

Idoso que já foi preso por causar poluição é internado com problemas mentais

Reportagem recebeu a terceira denúncia contra a situação e vizinhança cobra ação de autoridades em saúde

Lucia Morel, Thays Schneider e Geniffer Valeriano | 27/04/2023 18:32
Muito lixo e entulho acumulado na casa na rua Pinus. (Foto: Alex Machado)
Muito lixo e entulho acumulado na casa na rua Pinus. (Foto: Alex Machado)

Denunciado pela terceira vez ao Campo Grande News por acumular lixo em casa, idoso que já foi preso por poluição está internado com problemas psiquiátricos. Endereço atual dele, na Rua Pinus, Jardim Centro Oeste, é motivo de revolta da vizinhança pela terceira vez, que não suporta mais o que chama de descaso das autoridades em saúde, que conhecem a situação, mas que não estariam fazendo nada para resolver o problema.

O espaço parece um grande lixão, com muitas sacolas, comida velha e apodrecida, além de restos de entulhos e água parada, se tornando fonte de doenças e criação de animais e insetos. A primeira vez que a reportagem escreveu sobre o caso foi em outubro de 2021 e depois em outubro do ano passado. Antes disso, entretanto, o homem já havia praticado o mesmo ato em endereço na Vila Piratininga.

“Não aguento mais. Não param de aparecer ratos aqui”, disse a vizinha Dilsa Soares Macedo, de 58 anos, que contou ainda que o idoso foi retirado da casa em janeiro, para possível internação, e nunca mais apareceu.

Os enteados dele, que o visitavam de vez em quando, também não apareceram mais e o local, na Rua Pinus, está cada vez mais insalubre, com restos orgânicos se desintegrando e fazendo o mau cheiro exalar. “Não consigo ficar sentada em frente de casa por causa do fedor”, disse outra vizinha, Orezina de Oliveira, de 66 anos.

A reportagem identificou que o homem se chama Luiz Carlos Camargo Goulart, tem 68 anos e se encontra internado no Hospital Universitário para tratamento psiquiátrico. Já de alta social (quando a pessoa não tem familiares que possam acolhê-lo), ele aguarda vaga em uma residência terapêutica do município e não deve voltar ao imóvel no Jardim Centro Oeste.

Ele responde a processo pelo mesmo problema – acúmulo de lixo – em outra casa, que era na Vila Piratininga, na Avenida Paulista. Na época, começo de 2021, ele foi preso em flagrante por “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana”, crime que pode resultar em quatro anos de prisão.

Montanha de lixo era vista por cima do muro em casa na Vila Piratininga. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Montanha de lixo era vista por cima do muro em casa na Vila Piratininga. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Nesse processo, ao perceber-se que ele teria problemas psiquiátricos, tentou-se acordo de não persecução penal, mas ele não foi mais encontrado e, somente no começo deste ano, mandado para assinatura de acordo foi encaminhado ao atual endereço, na Rua Pinus, onde ele não foi encontrado. A antiga moradia pertencia à ex-mulher, que retomou o imóvel e o colocou à venda.

O Ministério Público, que denunciou o caso de poluição, também pediu a internação compulsória de Luís, que num primeiro momento, afirmou que buscaria acompanhamento médico, mas acabou saindo da casa na Vila Piratininga e sumiu da Justiça. Ele se mudou para o Jardim Centro Oeste, onde manteve a prática de juntar lixo e entulho.

A reportagem encaminhou pedido de resposta à Prefeitura de Campo Grande sobre o que será feito no imóvel do Jardim Centro Oeste, mas não houve retorno até a publicação deste material.

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