Impacto de queda foi tão forte que avião “cavou buraco” de 1 metro
Acidente aéreo matou médico e esposa; corpos estão presos às ferragens
A aeronave de modelo Beechcraft Bonanza, que caiu na manhã desta quarta-feira (15) em uma região de mata perto do Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande, ''cavou'' um buraco de aproximadamente um metro e meio no chão. O acidente matou o médico Pedro Arnaldo Crem Montemor dos Santos e a esposa, Silvana Maria Pizzo Crem dos Santos.
O avião pilotado pelo médico decolou do aeroporto por volta das 6h, sobrevoou por aproximadamente 100 metros e, depois de dar três voltas em círculos, caiu. O impacto da queda foi tão forte que a aeronave ''cavou'' um buraco no chão. Ao tocar o solo, ela pegou fogo.
Segundo o delegado Rodrigo Camapum, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, os corpos das vítimas estão presos às ferragens. O Corpo de Bombeiros, que já havia deixado o local, foi novamente acionado para auxiliar na retirada dos corpos com desencarcerador.
Mau tempo - Conforme o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Flávio Henrique Rodrigues, da Secretaria de Infraestrutura que administra o Aeroporto Santa Maria, era possível voar no momento do acidente, mas as condições climáticas não eram boas. ''O tempo estava fechado e com neblina. Não eram condições favoráveis para esse tipo de voo", explicou.
Antônio Barbosa Nogueira, 70 anos, pilota aeronaves há 50 e estava no aeroporto no momento do acidente. À reportagem, ele relatou que aguardava para voar, mas adiou o voo devido ao mau tempo. ''Não pode sair com esse tempo. Em hipótese alguma o avião deveria ter decolado. Estava com visibilidade zero", explicou.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira, em Brasília, está vindo para Campo Grande investigar as causas da queda do avião. A Aeronáutica e a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) já estão no local.
O avião do médico tinha o CA (Certificado de Aprovação) válido até 26 de setembro de 2020. A IAM (Inspeção Anual de Manutenção) venceria somente no dia 13 de dezembro deste ano. A aeronave estava regular, portanto. Além disso, Pedro tinha mais de 20 anos de experiência como piloto.