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Capital

Investigados por golpe com mais de 60 mil vítimas deixarão cadeia na segunda

A demora, conforme defensor, se deve ao sistema do plantão do judiciário no feriado prolongado

Guilherme Henri | 18/11/2018 11:36
Celso Ede (de camisa) foi preso em 21 de novembro pela Polícia Federal. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Celso Ede (de camisa) foi preso em 21 de novembro pela Polícia Federal. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Celso Eder Gonzaga de Araújo e Anderson Flores de Araújo devem ser soltos na segunda-feira (18), revelou o advogado Arlei de Freitas. Os dois conseguiram habeas  corpus do Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira (16). Eles são investigados na Operação Ouro de Ofir, por aplicarem golpes em mais de 25 mil vítimas em todo o Brasil “vendendo ilusão”. Eles estavam presos há quase 1 ano em Campo Grande.

A demora, conforme o defensor, se deve ao sistema do plantão do judiciário no feriado prolongado. 

A decisão é do ministro Ricardo Lewandowski. Na certidão, o ministro concede “ordem de ofício, para suspender a prisão preventiva decretada, se por outro motivo não estiverem presos, com a aplicação de medidas cautelares".

Além disso, o documento informa que “o assunto tratado no mencionado processo, excede prazo para instrução".

Golpe - No decorrer de quase um ano, os investigados tiveram pelo menos quatro habeas corpus negados entre a Justiça de Mato Grosso do Sul e a federal.

A primeira fase da operação foi deflagrada em 21 de novembro de 2017, com as prisões de Sidinei, Celso Eder Gonzaga de Araújo e Anderson Flores de Araújo. Os dois últimos eram responsáveis pela operação Au Metal.

Nesta etapa, a polícia apontou 25 mil vítimas. Com o prosseguimento das investigações, a PF calculou que são 60 mil vítimas em golpes similares ao da SAP e Au Metal. 

Em 18 de abril deste ano, a segunda fase da Ouro de Ofir prendeu, em Brasília, Sandro Aurélio Fonseca Machado. De acordo com a investigação, ele se apresentava como sobrinho do ex-presidente José Sarney e emitiu cheques sem fundos com valor de R$ 2 bilhões.

A Ouro de Ofir investiga organização criminosa que vende ilusão: a existência de uma suposta mina de ouro cujos valores, repatriados para o Brasil, são cedidos, vendidos ou até mesmo doados mediante pagamento.

Para repatriação, 40% de uma altíssima soma de dinheiro ficaria com o governo federal, 40% doado como ajuda humanitária e 20% para a família de Celso Eder Gonzaga de Araújo, que também está preso. Em geral, o investimento inicial era de mil reais para um resgate financeiro futuro de R$ 1 milhão.

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