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Capital

Já no ES, 300 km ainda separam pai do filho que desapareceu há 2 anos

Adham Wahab saiu de Campo Grande ontem, mas chuva e obras na estrada atrapalharam viagem

Anahi Zurutuza | 23/11/2016 16:12
Adham e o filho, quando ele ainda era criança (Foto: Arquivo Pessoal)
Adham e o filho, quando ele ainda era criança (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde maio de 2014 sem ter notícias do filho, o tatuador de Campo Grande Adham Wahab ainda não conseguiu chegar em Conceição da Barra, no Espírito Santo, para reencontrar o garoto. Ele saiu da Capital ontem e, a caminho do município, o pai conversou com a reportagem por alguns minutos, enquanto o celular dava sinal.

“Ainda não cheguei, enfrentamos muita chuva e o trânsito está lento porque tem muita obra também, não está dando para andar legal, mas falta pouco. Já já eu estou chegando”, disse sem conter a ansiedade.

Adham contou ainda que Nicolas, 13, está no Conselho Tutelar da cidade do norte do Espírito Santo e já havia adiantado que não tinha conseguido conversar muito com ele, apenas por alguns minutos na manhã desta terça-feira (22). “Ele estava um pouco assustado, falei que estava com saudade, mas ele ainda não sabe de nada sobre a mãe”, explicou ontem.

Nicolas foi encontrado com a mãe Emory Luiza Rodrigues Ramos, 34 anos, que estava foragida há dois anos, desde que foi acusada de assassinar o tio, na Bahia. A prisão foi no distrito de Linharinho, mas a mulher estava escondida com os filhos – Nicolas e outras duas crianças – e um namorado em Itaúnas, outro vilarejo que pertence ao município de Conceição da Barra.

Depois de lançar campanha nas redes sociais para encontrar o filho, o caso do tatuador ganhou repercussão na imprensa – local e nacional – e foi tema de matéria do Campo Grande News sábado (19). Até a semana passada, Adham preferiu manter o assunto em sigilo, para preservar o filho, mas cansou de esperar que a polícia o encontrasse.

Na segunda-feira, Adham recebeu informações de moradores de Itaúnas sobre o paradeiro de Emory e de Nicolas, acionou a polícia, que prendeu a mulher ontem.

Emory e o namorado, Neto, acusados de assassinato (Foto: Reprodução/Facebook)
Emory e o namorado, Neto, acusados de assassinato (Foto: Reprodução/Facebook)
José Antunes, que foi morto em 2014 (Foto: Arquivo da família)
José Antunes, que foi morto em 2014 (Foto: Arquivo da família)

O crime – O corpo de José Antunes Rodrigues de Oliveira, de 57 anos, foi encontrado carbonizado no dia 22 de maio de 2014, mas segundo a polícia da Bahia, tudo aconteceu no dia anterior. Ele era tio de Emory e estava morando com a sobrinha fazia pouco tempo.

A vítima foi morta a pancadas. Conforme a acusação, Emory e o então namorado dela, Geraldo Carvalho Carneiro Neto, 30 anos, mataram José para que pudessem ficar com certa quantia em dinheiro que pertencia ao tio.

O casal usou um cobertor com estampa infantil que pertencia a um dos filhos de Emory para levar o cadáver até uma estrada vicinal que liga Arraial D’ajuda a Trancoso, distritos de Porto Seguro (BA), onde os dois atearam fogo, usando quatro litros de combustível.

Neto está preso no Conjunto Penal de Eunápolis (BA). Já Emory havia fugido com os filhos em 2014 logo depois de prestar depoimento à polícia da Bahia. Segundo a família de José Antunes, ela teve ajuda da mãe dela.

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