Jovem de 24 anos que ficou em “CTI improvisada” em UPA morre no HU
Após ficar por 48 horas em uma "CTI improvisada" na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, Camila Delmondes Flores, 24 anos, morreu no Hospital Universitário. Conforme a mãe da jovem, Eliana Delmondes Flores, 50, ela passou pelo Centro Regional de Saúde do Bairro Nova Bahia e pela UPA da Vila Almeida, antes de ser encaminhada para o HU (Hospital Universitário).
Eliane contou que no dia 28 de julho a filha estava com muita febre, então a levou até o posto do Bairro Nova Bahia. O médico afirmou que a jovem estava com anemia e a encaminhou para o HU, para tomar sangue e depois a liberou.
Na segunda-feira (4), Eliane disse que Camila acordou com os “olhos amarelados”, então, mais uma vez, precisou levá-la para o UPA. A partir deste dia começou o drama para mãe e filha.
Ela ficou internada por 24 horas no Centro Regional de Saúde, quando o seu estado se agravou e foi levada às pressas para o UPA da Vila Almeida, onde teria um aparelho de ventilação mecânica. Entre os dias 6 e 7 ela precisou ser internada, esperando uma vaga na CTI (Centro de Tratamento Intensivo).
“O médico estava esperando alguns exames e me disse que pediu a vaga no CTI. No momento em que os exames chegaram o rim dela parou”, contou Eliane. Depois de mais de 48h entubada em uma "CTI improvisada" no posto, ela conseguiu uma vaga na CTI do HU.
Segundo a mãe, o quadro de saúde da filha só piorou a partir da internação. “Os médicos disseram para eu rezar pela minha filha, por que a situação era grave”, desabafou Eliane.
Para ela, os médicos disseram que Camila teria 80% de chances a mais de viver se no dia 4 ela tivesse sido encaminhada para o HU. “O que aconteceu com a minha filha, não quero que aconteça com o filho de ninguém”, lamentou.
A jovem morreu no domingo, por volta das 6h30 da manhã, por falência múltipla dos órgãos. “A infecção do rim passou para os outros órgãos do corpo”, explicou Eliane.
Camila possuía dois filhos, de três e cinco anos, e estava separada há oito meses. “O ex-marido dela contou que há um tempo ela reclama de dores na região do rim, mas nunca contou isso pra mim, por que eu iria ficar preocupada”, reconheceu a mãe.
Outro caso - A professora G.A., 51 anos, que tem problemas psiquiátricos está internada há 12 dias e é mantida sedada na UPA por falta de vaga em hospitais psiquiátricos em Campo Grande.
Segundo Cezar Adans, amigo da família, a mulher é professora de inglês e formada em Letras. Ela sofre de distúrbios psiquiátricos já faz mais de 20 anos e há duas semanas o caso se agravou. Ela se tornou violenta e tentou agredir a mãe de 72 anos em razão disso vizinhos chamaram a policia e o Samu que levou a professora para o posto de saúde da Vila Almeida. Ela fica sedada e quando fica muito alterada a família acaba tendo que amarrá-la na cama para poder controlá-la.
Adans explica ainda que a família se reveza para poder cuidar de G.A.. A filha sai do trabalho e vai cuidar da mãe no posto de Saúde quando ela não pode, a mãe de 72 anos fica e quando elas não podem são obrigadas a pagar para uma cuidadora R$ 250 reais para ficar com a professora por 24 horas.
Sesau - De acordo com a assessoria imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), o paciente fica internada em longos períodos em UPAs, esperando vagas para leitos nos CTIs. O médico faz a solicitação do leito, então o regulador encontra uma vaga no hospital.
Ainda afirmou que uma UPA não é local de internação, porém são onde fazem os atendimentos de urgência de emergência.