“Jovem dedicado que cometeu esse pecado”, diz defesa de acadêmico de Medicina
Advogado alega que prisão ocorreu por comoção midiática e defende tese de homicídio culposo
Na porta do Centro de Triagem de Campo Grande, na tarde desta sexta-feira (21), imprensa e advogados acompanharam a liberação de João Vitor Fonseca Vilela, 22 anos, acadêmico de Medicina denunciado pelo atropelamento e morte da corredora Danielle Correa de Oliveira e pela lesão corporal de outra mulher.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
João Vitor Fonseca Vilela, estudante de Medicina, foi solto após 35 dias preso, acusado de atropelar e matar a corredora Danielle Correa de Oliveira e ferir outra mulher. O TJMS concedeu habeas corpus, e a defesa alega que a prisão foi desnecessária, destacando o histórico de bom aluno do jovem. O acidente ocorreu sob influência de álcool, segundo o MPMS. A defesa argumenta que o caso não configura crime doloso e critica a repercussão midiática. O caso gerou comoção entre amigos da vítima.
Ele ficou preso por 35 dias, mas saiu hoje após o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) conceder habeas corpus. O advogado de defesa, José Roberto Rodrigues da Rosa, afirmou que o histórico de "bom aluno e boa família" do jovem reforça que a prisão era desnecessária.
"João é um jovem dedicado que cometeu esse pecado na vida. Sentimos muito pela perda de uma vida, mas, do outro lado, também há uma família sofrendo com essa custódia", declarou o advogado.
José Roberto argumenta que a morte de Danielle não configura crime hediondo e que, conforme o Código de Trânsito, não se trata de um crime doloso, quando há intenção de matar. Segundo ele, a detenção só ocorreu devido à repercussão midiática e ao fato de envolver acadêmicos de Medicina.

"Infelizmente, vivemos em uma sociedade onde se pune o estudioso, onde se pune famílias com maior poder aquisitivo. Se fosse outra pessoa, teríamos vários casos semelhantes em Campo Grande nos últimos dias, envolvendo indivíduos de menor renda, que não receberam o mesmo tratamento", afirmou.
A liminar foi concedida na tarde de ontem (20) pelo juiz substituto em 2º grau Alexandre Branco Pucci, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande. João Vitor deixou a prisão em silêncio, aparentando estar mais magro, com a cabeça baixa e vestindo roupas neutras.
Embriaguez - Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o acidente aconteceu por volta das 6h, na MS-010. O acadêmico dirigia em zigue-zague e forçava ultrapassagens quando atropelou Danielle Correa de Oliveira e Luciana Timóteo da Silva Ferraz. As duas faziam parte de um grupo de corredores que estava às margens da rodovia. Danielle morreu no local, e Luciana sofreu ferimentos.
O MPMS denunciou João Vitor por homicídio simples e lesão corporal, ambos cometidos sob influência de álcool.
O caso gerou comoção entre amigos da vítima, que compareceram ao Fórum de Campo Grande para acompanhar a audiência de custódia, onde o flagrante foi convertido em prisão preventiva.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.