ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Jovem que matou 2 no trânsito diz que bebeu cerveja e tentou evitar colisão

Nadyenka Castro | 09/05/2011 18:38

Rapaz falou a juiz quase três anos após o acidente na Via Parque

No asfalto, marcas e resquícios do acidente. (Foto: Simão Nogueira)
No asfalto, marcas e resquícios do acidente. (Foto: Simão Nogueira)

Quase três anos após o acidente de trânsito em que morreram dois jovens, na Via Parque, em Campo Grande, Anastácio da Silva Yarzon Ortiz, apontado como autor, confessou à Justiça que havia ingerido cerveja antes e que tentou evitar a colisão.

A defesa dele pede à Justiça a desqualificação da acusação de homicídio doloso (com intenção de matar) para homicídio culposo (sem intenção) e também resultado de laudos de exames de alcoolemia feito nos dois rapazes que morreram: Kaique Gabriel Britto Sena e Dener Cesar Nunes de Araújo.

Anastácio foi interrogado pela Justiça em abril, 32 meses após o acidente, em São José dos Campos, interior de São Paulo, onde está morando e cursando graduação em Medicina Veterinária.

Ele contou que no dia 8 de agosto de 2008 saiu da faculdade que cursava no período matutino e foi para uma conveniência assistir à abertura das Olimpíadas, onde tomou dois copos com cerveja.

O jovem relatou que saiu da conveniência e foi para sua residência e por lá ficou até por volta das 21h30min, quando pegou o Palio de seu pai escondido e foi para a casa da avó materna, saindo de lá às 23 horas.

No caminho para sua residência uma amiga ligou convidando-o para uma reunião e ele foi. “Fui para casa dela e no local tomei umas duas garrafas de cerveja”, confessa.

Anastácio saiu de lá por volta da 1 hora e quando seguia para sua residência, onde chegaria em 15 minutos, no cruzamento da rua Santa Bárbara com a avenida Via Parque, houve a colisão com o Gol onde estavam cinco rapazes.

“Eu parei no cruzamento e não vi carro algum”. O estudante continua. “Eu estava a uma velocidade de 30 a 40 quilômetros por hora. Eu estava mudando a marcha. Acredito que o carro das vítimas estivesse a mais de 80 quilômetros por hora”.

Anastácio conta ainda que cerca de 20 metros antes do cruzamento há um quebra-molas por onde ele passou em baixa velocidade, que tentou evitar a colisão e que não tinha intenção de causar acidente. “Em nenhum momento passou pela minha cabeça que eu pudesse provocar um acidente e gerar a morte de pessoas”.

Após a colisão, chegaram ao local policiais militares e bombeiros, sendo que os primeiros prenderam Anastácio alegando que ele estava embriagado e também porque não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Anastácio havia completado 18 anos seis meses antes do acidente.

Ele não recusou fazer o exame de alcoolemia, o qual apontou 0,93 miligramas de álcool expelido pelos pulmões, conforme informado pela defesa à Justiça.

O caso- Anastácio foi autuado em flagrante e só foi solto por determinação da Justiça. O acidente resultou na morte de Dener e de Kaique e ferimentos em Alexandre Oliveira Fonseca e Luciano Zarate.

Luciano era o condutor do Palio onde estavam todas as vítimas e, em juízo, disse que antes da colisão todos estavam tomando tereré e fumando Narguille, e que no momento da ocorrência seu veículo estava na banguela. “... desengatei o carro e deixei na banguela”.

O rapaz teve um corte na boca e no hospital para onde foi levado foi feito exame de sangue para verificar teor alcoólico. “Não deu nada”, declarou em juízo.

Os dois carros colidiram na faixa do meio da avenida, sentido bairro/centro, onde há três pistas. Com o impacto, os veículos foram parar no sentido centro/bairro. No asfalto e no canteiro central ficaram os resquícios do acidente.

Defesa - Os advogados de Anastácio pediram que fosse anexado ao processo o resultado do exame de alcoolemia feito nos dois rapazes que morreram e também juntou uma tabela sobre teor alcoólico.

Nas alegações finais a defesa também pede a desqualificação do crime para homicídio culposo. Se o juiz do caso não aceitar, ele pode ser levado a júri popular. Caso contrário, a ação penal sai do Tribunal do Júri.

Nos siga no Google Notícias