Jovens acusados de homofobia se dizem assustados com repercussão
Os quatro jovens acusados de agredir um estudante de Artes Visuais por homofobia na madrugada do último dia 15, se mostraram assustados com a repercussão do caso, mas negaram os xingamentos homofóbicos e qualquer atitude de aversão à homossexualidade, o que configura a homofobia. Eles prestaram depoimento nesta terça-feira no 1º DP, no Centro de Campo Grande.
“Por causa da repercussão, os quatro perderam o emprego”, informou o advogado de defesa, Wagner Leão do Carmo, sem saber dizer aonde os jovens trabalhavam.
A delegada que apurou os depoimentos, Daniella Kades, comentou que chegou a dar entrevistas para Curitiba e São Paulo sobre o caso de agressão por homofobia.
O advogado explicou que os jovens haviam saído de um local, não detalhado, onde se envolveram em uma discussão. Exaltados, eles passaram pelo cruzamento das ruas Boa Vista e Bahia, onde avistaram a vítima e um amigo, que estavam em uma boate próxima.
“Eles não xingaram ninguém, mas resolveram agredir”, disse Wagner, confirmando a falta de motivo para a agressão.
Sobre a homofobia, todos negaram não ter qualquer atitude contrária a homossexuais. A vítima e o amigo, que correram para não serem agredidos, sustentam que foram xingados de “veados”.
Um dos jovens que esteve na delegacia na tarde de hoje iniciou o depoimento sorrindo. A delegada comentou que o motivo do sorriso pode ser nervosismo. Kades informou que aguarda a chegada do TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), onde os acusados se comprometem a responder à justiça quando forem chamados.
A repercussão do caso é atual uma vez que no final de semana, uma travesti foi morta a facadas por três homens em Campina Grande (PB).
Em São Paulo, diversos casos de agressão a homossexuais foram registrados, como do adolescente agredido com uma lâmpada fluorescente.