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Capital

Juiz reserva 3 dias para júri popular dos réus acusados de matar Sophia

Pela 2° vez, o juiz do caso marca data para o julgamento de mãe e padrasto acusados de matar Sophia

Por Ana Beatriz Rodrigues | 16/09/2024 14:55
Christian e Stephanie, padrasto e mãe de Sophia, durante audiência em setembro de 2023 (Foto: Juliano Almeida/Arquivo)
Christian e Stephanie, padrasto e mãe de Sophia, durante audiência em setembro de 2023 (Foto: Juliano Almeida/Arquivo)

Um ano e 7 meses da morte da pequena Sophia de Jesus Ocampo, com apenas 2 anos e 7 meses, a Justiça de Mato Grosso do Sul marcou pela segunda vez o julgamento do padrasto Christian Campoçano Leitheim, de 26 anos, e da mãe da menina, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, ambos acusados de homicídio. Os dois sentarão no banco dos réus nos dias 6, 7 e 8 de novembro deste ano.

O júri popular já havia sido marcado para março de 2024 pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, mas as defesas recorreram ao Tribunal de Justiça contra a sentença de pronúncia, que enviou Christian e Stephanie a julgamento. Os advogados dos réus, porém, desistiram dos recursos meses depois.

Depois que o TJMS homologou as desistências, no fim da manhã de sexta-feira (13), o juiz decidiu marcar o júri.

A acusação – Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina deu entrada na UPA do Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, Stephanie, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O atestado de óbito apontou que a menininha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.

Para a investigação policial e o MP, a menina foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos.

Versões – Stephanie alega que não viu Christian batendo em Sophia, mas atribui a morte da filha ao ex-companheiro. “Quando eu saí, ele já estava com ela no colo, desacordada. Ele deitou ela no colchão e fez massagem cardíaca, respiração boca a boca nela. Mas, eu estava tão desesperada que eu não sabia o que fazer, que eu não me toquei na hora o que estava acontecendo”, relatou no dia 5 de dezembro.

Já Christian alega que dormiu o dia todo sob efeito de drogas e álcool. Disse que foi despertado pela mulher. “Quem me acordou foi a Stephanie falando que a Sophia não estava bem. Quando eu vi, ela já estava com a boca roxa e convulsionando”.

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