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Capital

Júri define destino de mulher acusada de matar bebê e esconder debaixo da cama

Caso veio à tona três após parto prematuro provocado por chá e medicamentos abortivos

Anahi Zurutuza | 27/05/2021 07:51
Deusa da Justiça no Fórum de Campo Grande, onde caso será julgado hoje (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Deusa da Justiça no Fórum de Campo Grande, onde caso será julgado hoje (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Quatro anos depois do crime, júri popular definirá o destino de mulher de 25 anos acusada de matar bebê prematura e esconder corpinho debaixo da cama por 3 dias.

O caso foi registrado no dia 23 de novembro de 2017, na Vila Manoel Secco Thomé, em Campo Grande. Para a acusação, Izadora Gabrielede Souza Arguilera cometeu homicídio qualificado. Já a defesa, argumenta que se trata de caso de aborto e não assassinato.

Segundo apurado pela polícia à época, a jovem escondia a gravidez da família e teria provocado o nascimento antecipado da criança, após outras tentativas de aborto. Para cortar o cordão umbilical da bebê, a mulher usou uma tesoura, encontrada depois no local do ocorrido.

O caso só veio à tona na manhã do dia 26, depois que a mãe da menina apresentou sangramento e revelou aos familiares que estava grávida. Ela afirmou ainda, ter tomados chás e comprimidos para provocar o aborto.

O feto foi achado pela irmã da suspeita, em um saco plástico de cor verde, escondido embaixo da cama. A análise de exames necroscópicos, realizados pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), revelaram que a bebê havia nascido com vida, sendo a provável causa da sua morte, a desnutrição.

Ainda conforme a perícia no corpo, a prematura levou cerca de 8 horas para morrer. “Ressalta-se que o crime foi cometido com o emprego de meio cruel, dado que Izadora Gabriele, agindo com maldade, acondicionou sua filha, recém-nascida, dentro de uma sacola plástica, amarrou-a e colocou embaixo da cama, sem que lhe prestasse os primeiros cuidados necessários para que a infante pudesse se alimentar, respirar e sobreviver”, argumenta a promotora Lívia Carla Guadanhim Barian.

Para a defesa, feita via Defensoria Pública, Izadora não tinha a intenção de matar alguém, “mas somente a de interromper sua gestação”. A moça alega que após tomar os abortivos começou a passar mal e a vomitar sangue. Narrou que estava sozinha em casa e, de repente, “saiu o feto” que aparentemente estava sem vida, porque “não se mexia e não chorava”. Disse ainda que sem saber o que fazer, colocou a bebê dentro da sacola.

O júri será realizado a partir das 8h desta quinta-feira (27).

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