Justiça corrige decisão e suspende porte de arma de policial suspeito de estupro
Antes, servidor poderia usar arma funcional durante expediente na Delegacia-Geral de Polícia Civil
A Justiça de Mato Grosso do Sul retificou a decisão e restringiu parcialmente o porte de arma do policial suspeito de estuprar uma vendedora e mandou que agora ele fique desarmado totalmente. A princípio, o servidor público poderia usar o armamento durante o expediente na DGPC (Delegacia-Geral de Polícia Civil) onde está lotado, segundo o Portal da Transparência.
Em nota, divulgada na tarde desta segunda-feira (22), a Polícia Civil explicou que a retificação da decisão foi ainda nesta manhã e o cumprimento à suspensão permanente do porte foi no início da tarde.
“Tanto no ambiente de trabalho como fora dele. A decisão já foi cumprida. Inclusive as medidas protetivas de urgência já estão em vigor”, diz em nota.
No documento, a Polícia Civil esclarece que além da investigação feita pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o caso também foi encaminhado à Corregedoria-Geral da corporação para apurar a conduta do servidor e o setor quem decidirá sobre o afastamento do suspeito.
“Por fim ressaltamos que o policial não é lotado na DGPC e que a Polícia Civil repudia veementemente qualquer ato criminoso ou desvio por parte de seus membros”, finaliza a nota.
Entenda - No dia 20 de janeiro, a mulher foi até a casa do policial, no centro da Capital. Por volta das 12 horas, o casal saiu do imóvel e seguiu até a residência de um amigo, no Bairro Zé Pereira, onde passou a tarde. Já eram 20h quando eles deixaram o local e no caminho o servidor disse que retornariam para a casa dele. Mas ela se recusou e pediu para ser deixada em casa. Conforme o relato, o suspeito parou o carro, na região da Vila Progresso, e apontou a arma para a vítima.
Segundo boletim de ocorrência, o policial fez ameaças de morte, passou a xingá-la e a estuprou. Depois de cometer o crime, o policial ficou mais calmo e a vítima pediu, mais uma vez, para ser deixada em casa. Contudo, o suspeito disse que a mulher estava nervosa e que iriam para a residência dele, onde dormiriam e no outro dia ela retornaria para casa. No deslocamento, a vítima conseguiu sair do carro e correu até o quartel do Corpo de Bombeiros, na Avenida Costa e Silva, onde pediu ajuda.
O suspeito parou a caminhonete que conduzia na frente do quartel, de acordo com o boletim de ocorrência, e chegou a se identificar para os militares como policial civil, inclusive, com o documento funcional, mas fugiu na sequência.
Em nota encaminhada à imprensa, a PCMS afirmou que apura o ocorrido. "O procedimento também será encaminhado à Corregedoria-Geral da Polícia Civil "para apurar qualquer desvio de conduta do servidor".
Hoje, em coletiva de imprensa, o delegado-geral, Roberto Gurgel, afirmou que o policial continua desempenhando suas funções normalmente, mas teve o uso da arma de fogo limitado, conforme decisão da Justiça de Mato Grosso do Sul, ao horário de expediente. A arma funcional foi usada para ameaçar a vítima, conforme o boletim de ocorrência.
A informação dada pelo delegado é que um pedido de prisão foi feito, mas negado pela Justiça.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.