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Capital

Justiça mantém prisão de empresário réu por liderar contrabando de cigarro

Em 31 de julho, José Antonio Mizael Alves foi alvo da Polícia Federal, sendo preso em São Paulo

Aline dos Santos | 02/10/2019 08:27
Polícia Federal fez operação contra cigarreiros em 31 de julho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Polícia Federal fez operação contra cigarreiros em 31 de julho. (Foto: Henrique Kawaminami)

Apontado como um dos líderes de esquema de contrabando de cigarros na operação Trunk, José Antonio Mizael Alves, o Zezinho, teve negado pedido para revogação de prisão preventiva. Em 31 de julho, ele foi alvo da PF (Polícia Federal) em São Paulo.

No pedido de liberdade, a defesa alegou que ele tem ocupação lícita de empresário, no comando de franquias, é primário, com bons antecedentes e residência fixa. Contudo, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande manteve a prisão por garantia da ordem pública, da ordem econômica e aplicação da lei penal.

Ainda de acordo com a decisão, datada de 27 de setembro, a organização criminosa estava em franco funcionamento e José Antonio participava ativamente, em posição de liderança.

Conforme interceptações telefônicas, há indícios de que empresário financiava cargas contrabandeadas, atuando como “batedor”, controlando a logística dos transportes e, juntamente ao outro líder, Francisco Job da Silva Neto, organizava as atividades dos demais integrantes da quadrilha.

O MPF (Ministério Público Federal) também aponta que José Antônio ainda atuava na corrupção ativa de policiais e que a operação tem várias imagens de suas reuniões com membros do grupo.

Na operação Trunk os setores são chefia, núcleo operacional e de apoio logístico, núcleo financeiro, núcleo responsável pela corrupção de policiais, e núcleo de agentes policiais responsáveis pela facilitação do contrabando.

A operação prendeu, em Dourados, os policiais rodoviários federais Moacir Ribeiro da Silva Netto e Alaércio Dias Barbosa. Nas gravações, o posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) é chamado de “casinha”. Com o dinheiro da propina, Alaércio teria arrendado o Prime Motel e Pousada, localizado em Ponta Porã.

Entre julho de 2018 a março de 2019, foram aprendidos quatorze caminhões e dois carros de passeios, todos lotados de cigarro. Durante oito meses de investigação, o prejuízo ao erário público foi calculado em R$ 42 milhões. Num único flagrante, a carga foi avaliada em R$ 3 milhões.

Ao todo, são 16 réus. Os crimes denunciados foram organização criminosa, contrabando, corrupção ativa e facilitação de contrabando. Dois réus também respondem por favorecimento pessoal por auxiliar terceiro a escapar de ação policial.

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