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Capital

Laboratório municipal será transferido de prédio ‘capenga’ na Calógeras

Exames deixaram de ser feitos por falta de estrutura e resultados podem estar comprometidos, conforme MPE

Anahi Zurutuza | 20/02/2017 07:21
Fachada do Labcen, que fica na avenida Calógeras quase com a Afonso Pena (Foto: Arquivo)
Fachada do Labcen, que fica na avenida Calógeras quase com a Afonso Pena (Foto: Arquivo)

A Prefeitura de Campo Grande está reformando o prédio da Policlínica Odontológica da Vila Cruzeiro – no norte da Capital – para transferir o Labcen (Laboratório Central Municipal), que hoje funciona em imóvel “caindo aos pedaços”, que fica na avenida Calógeras, no centro da cidade. O município responde a ação civil pública por conta da situação precária da unidade onde são feitos todos os exames de pacientes da rede municipal.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou em ofício, assinado pelo secretário Marcelo Vilela e anexado ao processo em questão, que as adaptações do prédio situado no bairro do norte da cidade levarão aproximadamente 150 dias, ou seja, até cinco meses, para serem concluídas.

A transferência foi a solução que a administração municipal encontrou, ainda conforme descreve o ofício, para solucionar o problema, uma vez que a policlínica funciona em imóvel próprio, o que demanda pouco investimento para a transferência.

Em janeiro, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou que a prefeitura tomasse providências o mais rápido possível para sanar a irregularidades sanitárias encontradas no Labcen em 2015 ou tirasse o laboratório do local insalubre.

Problemas – O MPE (Ministério Público Estadual) ingressou com ação contra o Executivo municipal no dia 9 de dezembro depois que em vistorias feitas pela 32ª Promotoria de Justiça, pela Vigilância Sanitária e pelo CRF (Conselho Regional de Farmácia), vários problemas foram encontrados no único laboratório mantido pelo município para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Conforme relatou a promotora Paula Volpe no processo, 6 mil tubos com material coletado de pacientes para exames haviam sido descartados sem que o teste tivesse sido feito. Por falta de estrutura adequada, de acordo com o MPE, os servidores do laboratório descartavam os tubos quando não havia mais espaço na geladeira e havia a necessidade de espaço para novos tubos de materiais coletados.

Além disso, por falta de reagentes, exames estavam deixando de ser feitos. O laboratório tem capacidade para fazer 270 mil testes por mês e o contrato de compra do material havia venceu em janeiro do ano passado e em dezembro, a nova licitação ainda estava tramitando.

Conforme os relatórios das vistorias, prédio onde funciona o Labcen é antigo e “precário”. A promotoria defende que diante das situações relatadas, “há evidências de que os resultados das análises clínicas feitas no local estejam comprometidos”.

Quando transferido, o Labcen passará a funcionar na rua Apiacás, 183, na Vila Rica.

A prefeitura também informou no ofício que em 30 dias, a licitação para a compra dos reagentes estará concluída.

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