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Capital

Lanchódromo da velha rodoviária míngua e 10 trailers já deixaram local

Segundo comerciantes, a presença de usuários de drogas no local afasta os clientes

Kerolyn Araújo | 18/01/2019 06:12
Ambulantes tentam sobreviver no local que é dividido com usuários de drogas. (Foto: Kísie Ainoã)
Ambulantes tentam sobreviver no local que é dividido com usuários de drogas. (Foto: Kísie Ainoã)

Em 2011, os ‘lancheiros’ precisaram sair da Afonso Pena por conta da reformulação no canteiro central e acabaram na antiga rodoviária de Campo Grande. O lugar chegou a virar point na madrugada da cidade, graças aos lanches do tipo "podrão", fartos e baratos. Mas as coisas que nunca foram 100%, minguaram bastante nos últimos tempos. Hoje, apenas 4 das 14 lanchonetes instaladas naquela época, resistem no lugar.

Depois que a rodoviária de Campo Grande foi transferida para Avenida Gury Marques, há 10 anos, o prédio no Centro de Campo Grande virou ponte de usuários de drogas. Com o comércio quase morto no local, alguns ambulantes ainda lutam, diariamente, pela sobrevivência.

Há oito anos no local, Eugênio Espíndola, 60 anos, já viu vários colegas donos de trailers de lanches indo embora e desistindo de tirar dali o ganha pão. O motivo sempre o mesmo: a falta de clientes que foram afastados pelos usuários de drogas que fazem do prédio abandonado moradia.

Eugênio diz que usuários afastam clientes. (Foto: Kísie Ainoã)
Eugênio diz que usuários afastam clientes. (Foto: Kísie Ainoã)

''Eles atrapalham muito. Ficam incomodando, pedindo. As pessoas tem medo de parar para comer um lanche aqui. A prefeitura tinha que dar um jeito nisso", disse.

Depois de alguma polícia específica para os dependentes químicos que ocuparam a região, Eugênio defende a revitalização do espaço para que o comércio da região melhore. ''É preciso fazer um investimento, pintar essas paredes, colocar policiamento", relatou.

Além do fluxo de usuários passando pelo local, o cheiro deixado no prédio também afasta quem pensa em parar no 'Lanchódromo'. ''Mais ali para o meio é um cheiro podre de xixi. Entra ano e sai ano e é a mesma coisa. Isso é uma vergonha pra Campo Grande", comentou Vera Lúcia dos Santos Arruda, 41 anos.

Trabalhando na noite com venda de lanches há 28 anos e há 8 na antiga rodoviária, Edilson da Silva, 52 anos, o 'Baiano', disse que aprendeu a conviver e a lidar com usuários que ficam no prédio. ''Eu não deixo eles pedirem nas minhas mesas e nem nos carros. Mas o Poder Público deveria retirá-los daqui porque a tendência é aumentar", contou.

Usuários tomaram conta do prédio da antiga rodoviária. (Foto: Kísie Ainoã)
Usuários tomaram conta do prédio da antiga rodoviária. (Foto: Kísie Ainoã)

Reinstalação - Os ambulantes foram transferidos do canteiro central da avenida Afonso Pena para o prédio da antiga rodoviária há 8 anos. Na época, o Campo Grande News foi ao local e, três semanas após a mudança, os ambulantes já reclamavam da redução do movimento. O lucro dos trailers que faturavam de R$ 2.000 a R$ 3.000 por mês na avenida mais importante de Campo Grande, não estavam passando de R$ 600.

Revitalização - Em dezembro do ano passado, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) revelou que a administração municipal já tem um projeto pronto para a reforma do prédio, mas não deu detalhes sobre essa revitalização.

Apenas 11% da estrutura do prédio pertence ao município e o restante é particular.

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