Ideias sem ação fazem da antiga rodoviária um cemitério de lojas
Há muitos projetos de revitalização do local, mas até agora nada saiu do papel
O local poderia ser cenário de filme trash de suspense: escuridão mesmo durante o dia, lojas fechadas, prostitutas, algumas pessoas aqui e ali usando droga, prédio deteriorado. Acrescenta-se a tudo isso problemas de segurança, o que resultou em duas interdições em três anos.
O “lugar fantasma” já foi muito movimentado até 2010, quando deixou de ser a rodoviária de Campo Grande. Desde então, surgiram muitas ideias: instalação de secretarias municipais, camelódromo, indústrias de confecção, shopping, posto de atendimento do Tribunal de Justiça, incubadora de projetos, restaurante popular, Câmara Municipal, universidade, etc. O único problema é que são só ideias.
Fora do horizonte das abstrações, há, na realidade, um lugar com diversas lojas fechadas, e movimento comercial fraco. Nessas condições, lojistas continuam deixando o complexo. Diversas placas de “Aluga-se” e “Vende-se” indicam o longo aguardo por inquilinos e compradores. O problema se agrava com as despesas – sem retorno – que têm os proprietários.
“Está bem difícil a situação na rodoviária antiga”, afirma Lucy Arakaki, 43 anos. Os pais delas tiveram loja de roupas no complexo, muito movimentada na década de 1980. Atualmente o mesmo espaço está fechado e com a placa de “Aluga-se”.
“O rapaz que estava lá entregou [o ponto], porque o movimento caiu bastante. Agora estou tendo dificuldade para alugar de novo”, contou. “Nossa esperança é que a rodoviária seja revitalizada”, completa. Enquanto isso não ocorre, Lucy e outros proprietários só têm despesas, como a de taxa de condomínio.
Interdição – Atualmente, a rodoviária está interditada pelo Corpo de Bombeiros por irregularidades relativas a projeto de combate a incêndio. Entre os problemas, está a distância entre as saídas para escapar das chamas. Em 2015, o local também passou por interdição.
Com isso, foram acrescentados ao “cenário de filme trash”, além das precariedades habituais do local, avisos de “Interditado” nas lojas, intercalados com as placas de aluguel e de venda.
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