Na "Capital fantasma", há obras paradas e prédios abandonados
Grandes empreendimentos sem conclusão, projetos que não saem do papel e locais subutilizados integram a parte sombria da cidade
Há um “lado sombrio” na capital com 874 mil habitantes, conhecida por suas avenidas largas, as tantas árvores e animais da fauna pantaneira. Essa vida toda de Campo Grande se contrapõe a uma parte “fantasma”, feita de empreendimentos inacabados, obras que nem sequer foram iniciadas ou prédios subutilizados.
Como pequena amostra da Campo Grande sem vida, estão os “elefantes brancos” do Aquário do Pantanal e do Centro Municipal de Belas Artes. Também há a antiga rodoviária, marcada por excesso de projetos de revitalização e ausência de práticas; e um extenso matagal, onde seria concretizado o milionário projeto da Cidade dos Ônibus.
Aquário do Pantanal, um elefante branco de R$ 200 milhões
Um elefante branco, relativamente jovem, é o Aquário do Pantanal. O empreendimento, que começou a ser erguido em 2011, patina há tempos nos mesmos pontos: recursos, trâmites burocráticos e impasses judiciais.
O governo do Estado vem tentando continuar o projeto sem precisar abrir novas licitações. Entrou com recurso nesse sentido no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) depois de acordo firmado com o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) não ter sido homologado pelo juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho.
A intenção do governo é contratar, sem licitação, as empresas Construtora Maksoud Rahe e Tecfasa Brasil. A primeira receberia R$ 27.569.539,34 para finalizar as obras de engenharia civil; e a segunda, R$ 11.2047.906,11 para executar o sistema de suporte à vida dos peixes. O custo total para concluir o empreendimento é, assim, de R$ 38 milhões.
Mas esse dinheiro é pequena parte de tudo que já entrou nas obras, valor estimado em R$ 200 milhões. Esse dinheiro é mais que o dobro que o orçado em 2011, de R$ 84 milhões.
O Aquário foi planejado para ter 24 tanques, somando um volume de água de aproximadamente 6,2 milhões de litros e 12.500 animais subdivididos em mais de 260 espécies. Por enquanto, os peixes estão em galpões da PMA (Polícia Militar Ambiental) e esses números todos são apenas isso: números.
Leia sobre as outras obras paradas e projetos fracassados nas próximas matérias da série.