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Capital

Lanchonete é invadida duas vezes por ladrões em apenas 3 dias

Proprietários de lanchonete relataram semana atípica em 14 anos quase ininterruptos de paz

Por Cassia Modena e Jéssica Fernandes | 06/06/2024 09:38
Ladrão destruiu forro de lanchonete e entrou para furtar doces, refrigerantes e outras mercadorias (Foto: Marcos Maluf)
Ladrão destruiu forro de lanchonete e entrou para furtar doces, refrigerantes e outras mercadorias (Foto: Marcos Maluf)

O casal Rosana Oliveira e Adenir Pinto Pereira, 53, tem uma lanchonete aberta na Rua 14 de Julho, quase esquina com a Rua Marechal Cândido Mariano, há cerca de 14 anos.

Desde então, foram assaltados apenas uma vez "há muito tempo atrás", como relata a proprietária. Mas a paz foi quebrada nesta semana, vítimas de dois furtos seguidos.

O primeiro foi na terça-feira (4) e o segundo na madrugada desta quinta-feira (6). O prejuízo estimado é de R$ 2 mil, que doem no bolso dos pequenos comerciantes da lanchonete "Esfiha da 14", o ganha-pão da família.

"Esfiha da 14" é ganha-pão da família e está há 14 anos no mesmo endereço (Foto: Marcos Maluf)
"Esfiha da 14" é ganha-pão da família e está há 14 anos no mesmo endereço (Foto: Marcos Maluf)

"Entraram pelo forro e levaram doces, refrigerantes e outras mercadorias. Comeram coisas aqui e fizeram a maior bagunça", reclama Rosana. Nas imagens da câmera de segurança instalada nos fundos do comércio, deu para ver que o suspeito usa tornozeleira eletrônica. A polícia registrou a ocorrência, mas ainda não informou ao casal se localizou ou não o homem que aparece nas imagens.

O furto mais recente foi pela parte da frente. Os ladrões usaram como suporte um pilar que protege a fiação de eletricidade e telefonia da 14 de Julho. A proprietária sabe porque viu marcas de sapatos de alguém que o escalou para furtar o local novamente.

As marcas de sapatos que a comerciante encontrou ao chegar na loja, nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)
As marcas de sapatos que a comerciante encontrou ao chegar na loja, nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

Onda de furtos - Outros comerciantes reclamam de uma onda de furtos no Centro, facilitada pelas "ruas desertas" à noite.

Ladrão que entrou em loja de acessórios da Rua 14 de Julho após quebrar as vitrines com um tijolo, levou R$ 10 mil em mercadorias e notebook. A ação levou só 2 minutos.

A proprietária, Eliete de Oliveira, mudou o comércio para o endereço há apenas três meses e reavalia a decisão. “A gente foi pelo movimento ser maior lá, mas a questão da criminalidade é complicada. Tem vários comerciantes que reclamam. Todo dia alguém está sendo assaltado”, lamenta.

Câmeras - No final de abril, o secretário municipal de Segurança Pública, Anderson Gonzaga, anunciou que Campo Grande terá mais 112 câmeras de monitoramento no quadrilátero central, inclusive na Rua 14 de Julho, e em alguns bairros próximos, como Vila Glória e São Francisco. A novidade é que 10 delas funcionarão com a tecnologia de reconhecimento facial e de placas de veículos, para ajudar na identificação de criminosos nas ruas.

Rosana e Adenir disseram que gostariam de saber se as câmeras já estão ativas e se é possível obter as imagens para tentar localizar os suspeitos dos furtos, pois ainda não foram comunicados sobre como vai funcionar. "Para ter furto 'seguidinho' assim, com certeza não está funcionando", diz a mulher.

A reportagem questionou o secretário se as câmeras já foram instaladas no Centro, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto.

Imagens da central de monitoramento da Guarda Municipal, captadas por câmeras que já foram instaladas no centro da Capital (Foto: Divulgação)
Imagens da central de monitoramento da Guarda Municipal, captadas por câmeras que já foram instaladas no centro da Capital (Foto: Divulgação)

O casal da lanchonete também reclama da falta de policiamento à noite. Sobre isso, o Campo Grande News falou com a assessoria de imprensa da PM (Polícia Militar), que informou estar agindo "diuturnamente, com quatro viaturas todos os dias na área central de Campo Grande".

A PM também se manifestou sobre a onda de furtos, avaliando que a frequência é considerada esporádica e que os suspeitos têm sido encontrados. O que furtou a loja de Eliete, por exemplo, foi preso em flagrante.

A orientação é que os comerciantes não deixem de registrar boletim de ocorrência, por menores que sejam os prejuízos. "É muito comum os comerciantes se recusarem a registrar, a formalizar a ocorrência e não chega ao nosso conhecimento", finaliza.

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