Leilão da Bigolin arrecada R$ 19,8 milhões para pagar credores

Realizado entre 29 de março e 12 de abril, o leilão da Bigolin arrecadou R$ 19,8 milhões. O valor final da dívida da empresa, que teve falência decretada pela Justiça no ano passado, deve ultrapassar R$ 100 milhões. Portanto, o leilão arrecadou 20% do montante estimado de débitos.

De acordo com o administrador judicial José Eduardo Chemin Cury, o valor arrecadado com o leilão será depositado em conta judicial. Do total, cerca de R$ 800 mil vão para a Caixa Econômica Federal pelos imóveis com alienação fiduciária. O restante ficará reservado para pagamento de débitos trabalhistas.

Ainda não há o valor total dessa dívida. Mas deve ser realizado mutirão de conciliação. “Era importante que os trabalhadores se sensibilizassem e fizessem acordo. Não é possível acordo nas verbas rescisórias, mas nas multas, horas extras, dano moral.”

Conforme José Eduardo, os trabalhos são para tentar iniciar o pagamento da classe trabalhista ainda em 2022.

Segundo documentos anexados ao processo pela Mega Leilões, 285 pessoas se habilitaram para dar lances no leilão. Quinze lotes foram arrematados na primeira praça. Na segunda fase, com desconto de 50%, foram vendidos 32 lotes. Na terceira praça, quando é aceito o maior lance ofertado, 22 lotes foram arrematados.

Avaliado em quase R$ 14 milhões, o lote de maior valor foi retirado do leilão: um imóvel comercial na Rua 13 de Maio, em Campo Grande. A Caixa Econômica Federal entrou com processo apontando a alienação fiduciária, além de erro de metragem na avaliação de um dos imóveis.

Segundo o administrador judicial, deve ser feito novo leilão para venda de imóvel da 13 de Maio e dois sobrados em Campo Grande, esses últimos arrecadados após o lançamento do leilão.

A falência da Bigolin foi decretada em agosto de 2021 pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Falências, Recuperações, Insolvências e Cartas Precatórias Cíveis.