Patrimônio da Bigolin começa a ser preparado para leilão em Campo Grande
Depósito da empresa na Capital começa a receber os produtos da loja de Três Lagoas
As mercadorias do Grupo Bigolin, que serão leiloadas nos próximos meses, começam a ser reunidas e divididas em lotes. Nesta terça-feira (9), o prédio da empresa na Rua Treze de Maio, no Centro de Campo Grande, começou a receber os produtos da loja de Três Lagoas, que serão colocados à venda para quitar dívida que supera os R$ 100 milhões.
De acordo com José Eduardo Chemin Cury, representante da administradora judiciária Pradebon e Cury Advogados Associados, até amanhã, as mercadorias chegam a Campo Grande e serão descarregadas na antiga sede da empresa. A partir disso, todos os produtos serão separados em lotes e por segmentos.
O Campo Grande News flagrou a movimentação no prédio nesta terça-feira. A intenção agora, explica Curry, é reunir mercadorias do mesmo setor para atrair compradores. “Vamos, por exemplo, reunir em um mesmo lote vários produtos de informática. A intenção é montar por segmentos para conseguir atrair compradores efetivamente”. Para otimizar o processo, empresas especializadas em leilões auxiliam na divisão.
Esse processo de organização, segundo o representante da administradora judiciária, deve durar até o fim do mês de novembro. Depois disso, inicia-se a preparação para o leilão de fato, que será realizado pela Mega Leiloes e de forma virtual. O pregão será publicado em edital e amplamente divulgado.
Todos as mercadorias das duas lojas serão leiloadas, desde os produtos expostos à venda ou que eram usados nos escritórios, até os depositados no centro de distribuição em Campo Grande. O procedimento judicial é consequência do plano de venda definido após a falência do Grupo Bigolin ser mantida por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul no mês passado.
O leilão tem três ocasiões, as chamadas praças: na primeira, o bem é ofertado pelo valor de avaliação; na segunda, com desconto de 50%; por fim, por qualquer preço. O administrador judicial afirma que o montante da dívida ainda é apurado, mas passa de R$ 100 milhões e os ativos não devem cobrir esse valor.
Em 2016, quando teve o pedido de recuperação judicial deferido, o Grupo Bigolin tinha cinco empresas: Ângulo Materiais de Construção e Serviços, Bigolin Materiais de Construção, Casa Plena Materiais de Construção, D&D Comércio, Construção e Serviços e Nara Rosa Empreendimentos Imobiliários.
Agora, são somente duas ativas: Bigolin Materiais de Construção e Nara Rosa Empreendimentos Imobiliários. A administradora solicitou as matrículas do imóveis pertencentes às empresas aos cartórios. A estimativa é que existam seis imóveis e os aluguéis devem ir, agora, para uma conta bancária em nome da massa falida.
Por lei, a quitação dos débitos segue a seguinte ordem: trabalhista, garantia real, tributário e quirografário (credor que não possui um direito real de garantia).
A falência foi decretada pela primeira vez em 19 de agosto por descumprimento do plano de recuperação e foi confirmada pela Justiça no mês passado.