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Capital

Líder de igreja teria usado culto para denunciar infidelidade e fechar unidade

Ex-membros dizem que caso aconteceu durante culto da Santa Ceia; apósto Denilson Fonseca nega acusações

Por Lucas Mamédio | 08/09/2024 09:16
Em nota, apóstolo Denilson Fonseca diz que fechamento de unidade tem a ver com embaraços judiciais do prédio (Foto/Arquivo)
Em nota, apóstolo Denilson Fonseca diz que fechamento de unidade tem a ver com embaraços judiciais do prédio (Foto/Arquivo)

Mais um caso denunciado por ex-membros mostra o aparente comportamento de déspota do apóstolo Denilson Fonseca, líder da igreja Aliançados, de Campo Grande. Dessa vez, ele é acusado de ser o responsável pelo fechamento da unidade no Jardim Aeroporto, por divergências com o então pastor local durante um culto de Santa Ceia, um dos mais importantes dentro da tradição cristã.

O fatídico culto ocorreu em junho de 2023 e foi envolto por polêmicas. Houve acusação de agressão física, suposta presença de homens armados, divulgação de áudios gravados em situações privadas, além de prejuízo deixado ao dono do prédio.

Tudo teria começado porque os membros da igreja, cerca de 150 naquele dia do culto de Santa Ceia, iriam aproveitar a excepcionalidade da data para homenagear o pastor da unidade.

Supostamente contrariado com a homenagem, o apóstolo Denílson apareceu no culto, já em andamento, com dois seguranças armados. Assistiu um pouco do louvor, pediu para que fosse encerrado e tomou a palavra.

Foi neste momento que a confusão se armou. Denílson pegou o celular e colocou no microfone vários áudios de conversas privadas que demonstrariam a infidelidade do pastor homenageado para todos os 150 membros ouvirem.

Em dado momento, uma mulher apontou o dedo para o apóstolo, momento em que um dos seguranças a teria segurado pelo braço. A suposta agressão motivou o registro de boletim de ocorrência por lesão corporal, mas a vítima não deu seguimento à denúncia.

Ninguém tinha ideia, mas naquele momento o pastor foi expulso e a unidade fechada.

Prédio destruído -

Em segunda denúncia, conforme relato do dono do prédio onde funcionava a Aliançados no Jardim Aeroporto, tão logo a confusão acabou, membros da igreja, a mando do apóstolo, teriam retirados móveis, instalações, pias, vasos sanitários e danificado a estrutura do prédio.  “Eles passaram a noite e a madrugada desmontando a igreja”, conta.

Em nota, a igreja rebate todas as acusações. Diz que, na verdade, o local foi cedido sem custo por cinco anos e que foram realizadas diversas benfeitorias, melhorando o que seria apenas um barracão.

A igreja ainda questiona o proprietário, afirmando que ele não é o verdadeiro dono e que o prédio está em disputa judicial. Por isso, resolveram mudar a unidade de local.

“No mês de junho de 2023, chegou ao nosso conhecimento, o fato de que o local onde estava situada a igreja, cedido sem custo à Aliançados, pelo então proprietário era, na verdade, alvo de uma disputa judicial, onde o então dito proprietário (cedente) estava tentando a propriedade por meios judiciais, que está muito embaraçado juridicamente, e encontra-se até os dias atuais. Frente a tal situação decidimos, juntamente com a liderança daquela igreja, que nós os tiraríamos daquele local”.

Ainda na nota, a Aliançados explica que, antes de o apóstolo ir ao Jardim Aeroporto, recebeu ameaças por grupos de mensagem. A igreja nega a divulgação dos áudios, a presença de seguranças e qualquer tipo de agressão aos fiéis.

“Antes de chegar no local e horário programado, fomos surpreendidos por mensagens de Whatsapp ameaçadoras quanto ao encerramento das atividades naquele local, e estas mensagens de voz foram sim reproduzidas no culto, justificando o fechamento daquele local", afirmou. Sobre o boletim de ocorrência contra o apóstolo Denilson, a informação é que desconhece esse fato. "O apóstolo não tem seguranças e no dia estava acompanhado de quatro obreiros, que não causaram nenhum tumulto”.

A nota continua atacando o proprietário do prédio. “Quanto à danificação do prédio, conforme denúncia do suposto dono, este está mentindo, pois deixou de mencionar que a cedência feita do imóvel, pelo período de cinco anos, era apenas de um barracão abandonado, fruto de disputa judicial, e que não havia nenhuma condição de habitação".

A instituição alega que fez todas as benfeitorias, fato que pode ser comprovado em notas fiscais, e que o proprietário tinha conhecimento que tudo seria retirado ao fim do contrato. "Como convencionado ao final da cedência, interrompido por nossa vontade, retiramos sim portas, pias e vasos sanitários que foram utilizados em outro local”, finaliza.

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